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Eu quero um prefeito amigo do lixo

Artigo escrito por José Ricardo Tavares – Advogado e professor, coordenador do curso de Administração da Unisul, em Florianópolis (DC, 13/09/2012)
Florianópolis conta, há mais de 10 anos, com o seu Museu do Lixo, o Máfia do Lixo. Este museu nasceu de um sonho de um grupo de empregados da Companhia de Melhoramentos da Capital (Comcap), que buscou resgatar através daquilo que jogamos fora a memória sobre hábitos e consumos da sociedade florianopolitana. O museu apresenta desde uma cadeira de dentista, telefones celulares, computadores, máquinas de datilografia, relógios, liquidificadores, até simples fotografias de celebridades e políticos e muitos outros itens, todos descartados por moradores e turistas, que acabam sendo reaproveitados pelo museu nos trabalhos de educação ambiental.
Sabemos, muito embora a maioria da população das cidades ainda não se preocupe de forma responsável com o assunto, que o lixo produzido é um dos maiores problemas de poluição ambiental que aflige as nossas vidas, já que gera diversos riscos à nossa sobrevivência, destacando-se, sem querer excluir outras consequências, a proliferação de pragas e doenças e, a mais grave, a contaminação dos lençóis freáticos pelo manuseio inadequado do lixo doméstico.
Segundo a Comcap, a coleta seletiva atinge perto de 80% da população da Capital. Com certeza, isso não significa que 80% das famílias que têm à disposição este serviço selecionam adequadamente o seu lixo.
O que falta para a população aderir à coleta seletiva de forma completa? Logicamente, uma consciência do coletivo e do social, que surgirá através da educação. Cabe ao futuro mandatário trabalhar e investir nesta área, como se fosse amigo do lixo.
A natureza vai agradecer e a cidade ficará mais bela e mais cheirosa, dando-se ao Museu do Lixo novas oportunidades para continuar a escrever a memória sobre os hábitos e o consumo da Capital de uma forma mais positiva e racional.

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