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Construções abandonadas na praça Santos Dumont, na Capital, devem ser demolidas na próxima semana

O antigo Bar do Pida e a estrutura de um quiosque na praça Santos Dumont, no bairro Trindade, podem ser demolidos na próxima semana. Os estabelecimentos foram fechados no dia 28 de julho de 2011 pela Sesp (Secretaria Executiva de Serviços Públicos), por falta de licitação. O secretário da pasta, Salomão Mattos Sobrinho, afirmou que uma empresa terceirizada, responsável por demolir as estruturas, está em processo de contratação.
A decisão da Prefeitura da Capital foi tomada depois de publicação de sentença do TJ-SC (Tribunal de Justiça), no dia 9 deste mês, diante de uma ação civil pública movida pelo MPSC (Ministério Público), em 31 de março de 2011. A ação partiu de pedido da Ambatri (Associação dos Moradores do Bairro Trindade), que entregou ao órgão um abaixo-assinado com mais de 2.000 assinaturas. Moradores alegavam situações de vandalismo, algazarra e insegurança devido às atividades comerciais da praça.
A sentença não trouxe novidades à questão. Apesar das alegações dos donos, o tribunal julgou procedente o fechamento dos estabelecimentos, já interditados pela administração municipal no ano passado. Segundo o MP, a ação não citava a demolição dos espaços, mas, com propriedade reestabelecida, a prefeitura poderia retirar as construções para fazer a revitalização da praça.
O presidente da Ambatri, José Diogo Hernandes Marques, acredita que, após a demolição, a praça possa ganhar nova cara. “Já temos um anteprojeto elaborado por alunos de arquitetura da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina) e um parceiro da iniciativa privada que quer adotar a praça. Nosso calcanhar de Aquiles são as estruturas”, relatou.
Abandono espanta frequentadores
A situação atual da praça Santos Dumont é precária. A estrutura do antigo Bar do Pida foi tomada por moradores de rua que causam medo à população. Eles improvisaram uma cortina na parede derrubada do espaço, colocaram sofá e colchões para passar a noite. De acordo com o taxista Abelardo Garcia Filho, seis pessoas vivem hoje no local. “Eles agridem e arranham o carro de quem não dá dinheiro. Costumam tomar muita cachaça, fumar maconha e pedra”, comentou.
Por causa da insegurança, a praça fica vazia e os equipamentos de lazer parados. Paulo Gonçalves é um dos poucos frequentadores que ainda costuma levar os netos para brincar no local. Ele lamenta o cheiro forte de urina e a quantidade grande de lixo largado na praça. “Há nove anos eu trazia meu neto aqui e não era assim. No domingo isso aqui é um desastre. Não dá para estacionar o carro que os mendigos vêm incomodar”, contou.
De mãos dadas com o irmão César, de um ano e meio, o pequeno Ian, de 9, concordou com o avô. “Se não fosse assim a praça estaria cheia”, lamentou.
(ND, 24/07/2012)

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