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Destaque internacional, Florianópolis ainda precisa resolver problemas de mobilidade e falta de mão de obra

Pelas duas pontes, que ligam Ilha e Continente, passam diariamente cerca de 178 mil veículos. Em Florianópolis, há uma frota de aproximadamente 200 mil carros e 40 mil motocicletas. É, ainda, o carro o meio de transporte mais usado durante a semana.
Os dados foram levantados pelo Instituto Mapa e Grupo RBS, que ainda revelaram que 4,3 foi a nota dada aos moradores para a mobilidade urbana da Capital. Só não ficou atrás de Palhoça, que recebeu 3,8, ficando em décimo e último lugar entre as dez maiores cidades pesquisadas.
Florianópolis foi destaque no portal de notícias americano Business Insider, especializado em negócios. A matéria publicada nesta semana destaca o potencial da indústria tecnológica da Capital, além de exaltar a beleza natural, a segurança, a cultura e a energia da cidade. Mas ainda há problemas a serem resolvidos na cidade.
Os dados deixam claro que a mobilidade é um dos maiores desafios de Florianópolis e os minutos parados no congestionamento, em horário de pico, também não negam isso. Algumas soluções têm sido pensadas, mas nenhuma saiu no papel. Entre a mais audaciosa está uma quarta ligação entre Ilha e Continente, que ainda não se sabe se seria uma ponte ou um túnel, e de que ponto sairia e até onde iria.
A prefeitura municipal aposta no BRT, um sistema de transporte coletivo rápido, que tem uma via exclusiva para ele. Ainda se fala em construção de ciclovias e ciclo faixas, para estimular a bicicleta como meio de transporte. De acordo com a prefeitura, 40 quilômetros da cidade já têm essas vias, e seriam colocados mais 50, até o final do ano.
Outra alternativa é o transporte marítimo, como o catamarã. Para isso, seria necessário envolver municípios da região metropolitana da Capital, porque ligar apenas Ilha e Continente seria um investimento muito alto. Ainda são ideias, sem previsão de serem colocadas em práticas.
Falta de mão de obra
A consolidação de Florianópolis como polo tecnológico do Estado revelou um problema para a cidade: a falta de profissionais qualificados para preencher as milhares de vagas. A deficiência está na área de Tecnologia da Informação e Comunicação. Em 2011, as 500 empresas da Capital pretendiam contratar pelo menos 4 mil trabalhadores, sendo que o Estado forma, ao ano, pouco mais de 1,3 mil especialistas no setor.
Salários poucos atrativos está entre os motivos para a conta não fechar. Enquanto um os programadores de sistemas da informação recebem, em média, R$ 1,8 mil na Capital, em São Paulo, por exemplo, eles ganham, para o mesmo cargo, R$ 3,1 mil.
Outro fator que contribuiu para a escassez de mão-de-obra está no fato de que o profissional formado pela universidade não é aquele procurado pelo o mercado. A preparação universitária não é puramente técnica e focada na prática.
Os cursos tecnólogos têm se mostrado uma alternativa para isso. Com Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), o Governo Federal pretende corrigir a diferença de demanda e oferta no setor produtivo, e fazer com o que jovem deixe de estudar para entrar no mercado de trabalho.
Além disso, já há uma desistência dos estudantes antes mesmo de chegarem ao mercado de trabalho. Dos alunos que entram em Ciências da Computação ou Sistemas da Informação em instituições públicas, 50% desistem dos cursos. Em universidades particulares, a evasão chega a 75%.
(DC, 19/05/2012)

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