O abastecimento de água da Grande Florianópolis retorna a normalidade, após a recuperação de duas adutoras da Casan (Companhia Catarinense de Águas e Saneamento), no Morro dos Quadros, em Palhoça. Os equipamentos responsáveis pela distribuição da água nas cidades de Florianópolis, Palhoça, Biguaçu e São José, haviam rompido na última quarta-feira (15).
Conforme o presidente da Casan, Dalírio Beber, o acidente com as adutoras reduziu em 50% o abastecimento na Grande Florianópolis. A ruptura das duas adutoras, de 600 e 800 milímetros, aconteceu devido às ações do tempo e chuva, que acabaram provocando desmoronamento de terra e afetando os pilares de sustentação.
Além da recuperação emergencial, técnicos da Casan elaboraram um projeto de ancoragem para sustentação horizontal das adutoras, o que será construído nos próximos dois meses, fortalecendo a base e evitando novos acidentes.
(ND, 17/02/2012)
A vantagem de dividir o sistema
O rompimento das adutoras da Casan que ocorreu na madrugada de quarta na Grande Florianópolis aconteceu em um ponto crítico, afirmou o engenheiro sanitarista Ramon Lucas Dalsasso, da área de sistemas de abastecimento de água na Universidade Federal de Santa Catarina. De acordo com ele, o sistema da região não chega a ser frágil, mas possui dois pontos que merecem atenção.
– O mais vulnerável de todo sistema é na saída da estação, onde ocorreu o acidente. Em Florianópolis, outro ponto é a ponte, onde passam todas as tubulações. Se rompe ali realmente fica impedido de transportar a água, e vai depender da agilidade para recompor o tubo danificado – explica o professor.
Dalsasso diz que a região possui uma vantagem, que é a divisão em três sistemas separados: o sistema metropolitano, que foi o afetado neste caso, que atende ao Centro de Florianópolis, a área continental e as demais cidades; o sistema Leste-Sul, que se abastece da Lagoa do Peri; e o sistema Costa Norte que atende ao Norte da Ilha. Outras cidades possuem um sistema e seriam afetadas em uma situação como a presente.
Cidades devem se preparar com mais reservatórios
As possíveis formas de se preparar para estes problemas seriam com mais reservatórios nas cidades e com um sistema ampliado de poços para situações emergenciais e períodos como o verão, quando a demanda aumenta muito em regiões turísticas como a Ilha. A reserva nos sistemas, segundo o professor, é de um terço da água consumida na cidade em um dia. O ideal seria ter o suficiente para meio dia, amenizando os transtornos durante o período de conserto.
A probabilidade de ocorrer problemas como este é pequena, na opinião do engenheiro. Como não há grandes chances de desastres naturais, como terremotos, ou ocorrência de guerras na região, é pouco provável que um acidente venha a romper a tubulação da ponte, por exemplo.
(Por Carolina Moura, DC, 17/02/2012)
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