Comcap espera que a cidade seja a primeira capital brasileira a estar dentro da lei sancionada por Lula em 2010
Florianópolis está próxima de ser a primeira Capital brasileira a se adequar à Lei de Resíduos Sólidos, sancionada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2010, com a implantação do Plano de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos. O presidente da Comcap, Antônio Marius Bagnati, garante que ainda neste ano o termo de referência, já encaminhado para a Câmara de Vereadores, deverá ser licitado.
A lei define que todos os municípios têm até 2012 para apresentar o plano, diminuindo, dessa forma, a produção de resíduos e aumentando o índice de reaproveitamento do lixo, evitando que grande parte dele tenha que ser encaminhado a aterros sanitários. Para Bagnati, Florianópolis pode chegar ao conceito de Lixo 0, amplamento difundido em outros países do mundo. “A partir do termo será feito o estudo que mostra as características do nosso lixo, formas e locais para tratamento, análise de impactos ambientais e apresentação de soluções”, explica.
A intenção é reduzir em 20% a quantidade de lixo que a cidade envia ao aterro sanitário, situado em Biguaçu. “Conseguimos processar hoje 800 toneladas de lixo reciclável por dia. Devemos fechar o ano com 9.500, mas a meta é atingir 28 mil toneladas. Hoje, na baixa temporada, a prefeitura gasta R$1,2 milhão por mês para levar o lixo não reaproveitado ao aterro. Isso aumenta para o dobro na alta temporada”, destaca Bagnati.
Com o dinheiro gasto no envio dessa material, a Comcap acredita ser possível diminuir o lixo consideravelmente, por meio de projetos que já estão sendo ou serão futuramente implantados no município. “Queremos incrementar a coleta seletiva, inaugurar mais três ilhas ecológicas. Também temos a intenção de implantar uma coleta específica de composto orgânico. Teremos que aumentar a capacidade da Comcap, mas com o dinheiro investido hoje apenas para levar o lixo, grande parte disso será viável”, comenta.
Segundo Bagnati, diversos países estão avançados na questão de resíduos sólidos. A Dinamarca, por exemplo, importa lixo de outros países para incineração, gerando, dessa forma, energia. Em Veneza, as empresas compram o lixo para reciclagem. “Existem muitas técnicas, mas a mais adotada pelos países é a reciclagem”, complementa.
Florianópolis exporta seu lixo processado a empresas de outros estados, como São Paulo. “As empresas catarinenses deveriam ser estimuladas para trabalhar com o lixo reciclável. Nosso lixo gera empregos em outros locais do Brasil”, relata o presidente da Comcap. Bagnati destaca que um projeto, recentemente aprovado pela Funasa, no valor de R$1,4 milhão, deve aumentar em quatro vezes a capacidade de processamento da cooperativa dos catadores de lixo reciclável de Florianópolis.
(Por Emanuelle Gomes, ND, 18/08/2011)
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