Eles estão entre os cem que devem aparecer na costa de SC até novembro
Duas baleias francas foram avistadas em Florianópolis ontem. A mãe e o filhote estavam na praia de Pântano do Sul, no Sul da Ilha.
A expectativa é de que cem baleias passem pelas praias catarinenses até novembro, quando se encerra a temporada de visitação das francas a Santa Catarina.
Conforme a diretora de pesquisa do projeto Baleia Franca, Karina Groch, o filhote que foi visto ao lado da mãe durante esta tarde nasceu na orla de Santa Catarina. Os dois estão saudáveis.
Alguns moradores, ao verem que os animais pouco se mexiam, acharam que eles tivessem encalhado. Karina explica que é normal, e típico da espécie, a aproximação em áreas costeiras e próximas à arrebentação das ondas. As francas podem ficar até semanas na mesma enseada e em locais rasos.
O comportamento das baleias costuma encantar observadores. A diretora de pesquisa do projeto Baleia Franca destaca que, nesta época, os animais são frágeis e, por isso, as regras de preservação devem ser seguidas à risca.
Para não interferir no desenvolvimento, embarcações devem desligar os motores quando estiverem a cem metros de distância dos animais.
(DC, 12/08/2011)
Baleia franca e filhote passam o dia ao lado de barco na praia do Pântano do Sul, em Florianópolis
Animais chamaram a atenção de moradores e turistas que passaram pelo local na quinta-feira (11)
Nesta imagem, animal está na posição “periscópio”: expõe a cabeça até a altura do olho, mantendo o corpo na posição vertical, para observação do ambiente externo
A paisagem naturalmente bela da praia do Pântano do Sul, no Sul da Ilha, ganhou um reforço durante a quinta-feira (11). A presença de uma baleia franca com filhote chamou a atenção de moradores e turistas. O animal passou o dia ao lado dos barcos que os pescadores deixam ancorados dentro do mar há poucos metros da areia. De julho a setembro, as baleias franca escolhem as águas calmas e quentes da costa catarinense para ter filhotes e amamentar.
Ao saberem da presença dos animais, os alunos de três a quatro anos da professora Eliziana Martins, do Núcleo de Educação Infantil Pântano do Sul, correram para a praia. “Soubemos depois do almoço e eles quiserem vir na hora”, conta Eliziana. “Para nós é normal elas aparecerem no mês de agosto”, diz o proprietário de um restaurante local, Amarildo Monteiro.
Turistas de Recife, Marcelo e Tereza Prestrello chegaram ao Pântano do Sul no meio da tarde sem saber da presença das baleias. Quando perceberam a movimentação na água não perderam tempo e acionaram as câmeras fotográficas. “Nós somos sortudos, hein?”, brincou Tereza. Os recifenses foram visitar a praia guiados por um casal de amigos de Governador Celso Ramos, Valmir e Andreia Nunes. Foi a primeira vez que eles viram o animal tão de perto. “No Recife, quando elas chegam à praia, normalmente já estão mortas”, relata Marcelo.
De acordo com a diretora de Pesquisa do projeto Baleia Franca, bióloga Karina Groch, no dia 22 de julho, no primeiro sobrevoo da temporada, foi avistada uma baleia franca com filhote no Pântano do Sul, mas não é possível confirmar que seja a mesma. “Algumas baleias francas ficam semanas na mesma praia Elas são a única espécie de baleia sem nadadeira dorsal e são características pelas calosidades na cabeça, diferentes em cada animal”, explica.
Ivone já está com filhote
No sobrevoo do dia 22 de julho, 35 animais foram avistados no litoral Sul de Santa Catarina, entre Torres e Florianópolis, concentrados especialmente entre Laguna e Imbituba. Até setembro, auge da temporada, a previsão é de que o número aumente para pelo menos cem baleias, média anual registrada pelo projeto Baleia Franca.
Segundo a bióloga Karina Groch, o ciclo de reprodução das baleias é de três anos, por isso os animais que estão no litoral catarinense em 2011 não são os mesmos do ano passado. “Há uma baleia que chamamos de Ivone. Ela frequenta Santa Catarina desde 1999. No dia 2 de julho, avistamos Ivone sozinha. No sobrevoo do dia 22 ela já estava com o filhote. Mais uma comprovação de que elas vêm para cá não apenas amamentar, mas também ter os filhotes”, diz Karina.
A bióloga lembra ainda que, por lei, toda embarcação com motor ligado deve ficar cem metros afastada do animal. “A partir dessa distância, é preciso desligar o motor. A baleia franca é um animal muito curioso. Caso se sinta confortável, ela mesma vai se aproximar da embarcação”, ressalta Karina.
(Por Maiara Gonçalves, ND, 12/08/2011)
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