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Bonecos gigantes do Fita invadem ruas da Capital

Artistas do Festival Internacional de Teatro chamaram público nas ruas para assistirem espetáculos

A tarde desta segunda-feira( 13) ganhou um colorido a mais com o desfile de cinco bonecos gigantes acompanhados de três grupos teatrais nas principais ruas do Centro da cidade. Os artistas participam do Fita (Festival Internacional de Teatro e Animação) e o cortejo, que partiu do museu Cruz e Sousa e seguiu até a praça da Alfândega, marcou o início da programação que ocorre desde o dia 12 e segue até o dia 19 em sete cidades catarinenses.

“É uma maravilha poder encantar as pessoas, resgantado fantasias”, conta Raquel Durigon, que leva a simpática e grande boneca “Dudin”, vibrante com sua cor vermelha e olhos de florzinhas. Raquel, que dirige junto com Luciano Wieser o espetáculo Mira, explica que os bonecos fazem uma alusão as brincadeiras infantis e traz uma forte relação com o imaginário das pessoas. Pela primeira vez participando do Fita, Raquel destaca a troca de experiências. “O Fita é um festival de animação, uma grande universidade entre os bonequeiros”, avalia.

A novidade nesta edição do Fita foram os bonecos recicláveis. Valdinei Marques, que coordenou as ofcinas no Museu do Lixo, na Comcap (Companhia de Melhoramentos da Capital) explica que os bonecos foram feitos com produtos retornáveis, todos sem cola e sem tinta. “Assim eles podem ser reaproveitados”, explica. “É uma forma da arte sair de dentro dos museus e ir de encontro com o povo”, completa o artista, que desfila com seu boneco feito de um bombona de água, onde os braços são partes de um aspirador de pó.

A pequena Maria Morena, de apenas dois anos, assisitia a todo espetáculo concentrada nos bonecos que se mexiam e dançavam a sua frente. A mãe, Daniela Gomes, 32, elogia “a opção diferente de cultura” e acrescenta que a arte é essencial para todas as idades, mas merece mais divulgação, por parte das organizações.

Evento presente em sete cidades

A coordenadora do festival, Sassá Moretti, avalia a ampliação do evento, que a cada ano recebe mais artistas e conta com a participação do público. “Ano passado ocorreu em três cidades, este ano já estamos em sete”, observa. “As pessoas querem ver nas ruas o que se faz nos palcos. Ontem (domingo, 12) o teatro (no Centro de Cultura e Eventos da Universidade Federal de Santa Catarina) estava lotado, tivemos que parar de vender os ingressos”, comemora.

O Fita está na sua 5ª edição e conta com a participação de 19 companhias de teatro. Em Florianópolis, as apresentações ocorrem de 12 a 18 de junho. Em Blumenau, Itajaí, Joinville, Criciúma, Lages e Chapecó, os espetáculos circularão entre 13 e 19 de junho. Leia mais sobre o assunto na página 2 do Plural.

(Por Mônica Amanda Foltran, ND, 14/06/2011)

Imaginação que tece formas

Público formado por crianças se impressiona com espetáculo de manipulação do Fita Floripa

– O que eles estão fazendo? Eles estão com medo? A voz fininha veio do meio da plateia quando a sala do teatro escureceu. No palco os artistas colombianos Edgar Cardenas e Henry López surgem por detrás de uma cortina.

Roupa preta, nariz de bolinha, chapéu e uma mala. Começa o desfile de personagens da peça El circo del Aguante, espetáculo apresentado ontem no Sesc Prainha, no 5o Festival Internacional de Teatro de Animação – Fita Floripa.

Cada movimento da dupla de atores é prontamente respondido pela plateia. As caras e bocas do diretor Edgar Cardenas arrancam gargalhadas da garotada, mas é quando surge o primeiro personagem que o público não desgruda os olhinhos curiosos do pequeno circo instalado no palco. Por meio dos bonecos, a dupla de atores trabalha o respeito, a dignidade, a solidariedade entre outros valores, num ambiente mágico.

O atento e crítico grupo formado por mais de 60 crianças com idade entre 3 e 5 anos está inquieto. Curiosos para saber o que vai acontecer tentam adivinhar cada movimento dos atores que para eles, naquela altura, eram apenas dois palhaços capazes de dar vida a qualquer objeto que saía de uma estranha mala de três compartimentos. No ritmo da música os bonecos vão aparecendo. Primeiro é o palhaço que faz todo o tipo de peripécias no pequeno palco. Tira chapéu, dança, brinca de malabarista. O clima esquenta e a garotada faz todo o tipo de comentário. Desde tentar descobrir como eles se movimentam até os cuidados que ele deve tomar para evitar um queda da mesa. Afinal ela é muita alta. Nesta parte do espetáculo usa a técnica chamada humanete, onde o ator empresta apenas o rosto e mãos ao personagem. A sincronia entre os dois atores tem que ser perfeita. Qualquer deslize pode comprometer a veracidade da interpretação.

Quando entra em cena o casal de bonequinhos que brinca na gangorra, as crianças ficam em silêncio. A música delicada e os movimentos em câmera lenta fazem as mãozinhas dos personagens parecerem com pequenas flores flutuando no palco. Dois polvos também são encantadores. Com seis perninhas coloridas estão fixados numa luva e ganham vida com as mãos de Henry López.

Mas o melhor de tudo é cena do leão e do domador. O leão mais se parece com gato manhoso. Surge rugindo mas quando encontra seu comandante vira um adorável felino. deita e roa no picadeiro. Numa das suas brincadeiras, arranca a cabeça do domador. A plateia se assusta e da primeira fila um menino de olhos arregalados pergunta:

– Será que ele morreu?

Mas como o leão está mais para gatinho, ele devolve a cabeça do domador que, imediatamente, retoma suas atividades.

(Por Jacqueline Iensen, DC, 14/06/2011)

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