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Nova ligação com a Ilha será definida em junho

Depois de não cumprir prazo que havia prometido, governo de SC estipula nova data para a decisão
Começo de junho. Este é novo prazo para o governo do Estado escolher um entre três projetos para a quarta ligação Ilha-Continente, em Florianópolis. Na mesma ocasião, será lançado um pacote com as obras previstas na área de infraestrutura, como a restauração de 2 mil quilômetros de rodovias.
Segundo o secretário de Infraestrutura, Valdir Cobalchini, o pacote contará com os projetos de acesso ao aeroporto e da SC-405, que liga o Trevo da Seta ao Sul da Ilha.
Em relação ao Estado, haverá previsão de restauração de 2 mil quilômetros de rodovias, com melhorias em 127 pontos onde acontecem a maioria dos acidentes.
No sábado de Carnaval, o governador Raimundo Colombo fez uma reunião de trabalho com a participação do arquiteto e ex-prefeito de Curitiba Cássio Taniguchi, atual secretário de Planejamento do Paraná, especialista em planejamento urbano.
Foi anunciado que o Estado escolheria um dentre três projetos para a ligação Ilha-Continente: ponte entre as pontes Pedro Ivo Campos e Colombo Salles; ponte ligando a Beira-Mar Norte e a Beira-Mar Continental; ou um túnel submerso no mesmo local. A obra é considerada urgente, já que a capacidade das pontes atuais está saturada e se tornou um problema crônico.
Na época, Cobalchini disse que a expectativa era de que decisão saísse em 60 dias. Na semana passada, quando o prazo terminou, ele afirmou acreditar que a escolha fosse feita até sexta-feira.
– Uma obra como esta é muito complexa e não considero isso um atraso – afirmou Cobalchini.
Colombo disse que precisa de mais tempo para o assunto
Ontem, antes de viajar à Europa, o governador também disse precisar de mais tempo para a decisão.
– Não tem como decidir tão aceleradamente. A gente está estudando, tá buscando muitas informações. É decisão de grande repercussão. Esta semana ainda tratei longamente, mas precisa de mais tempo – declarou.
Segundo Cobalchini, a Secretaria de Infraestrutura vai entregar um relatório com os pontos positivos e negativos de cada projeto.
Antes disso, o secretário pretende conversar com os prefeitos da Grande Florianópolis, já que a decisão terá impacto em todas as cidades.
Também pretende trocar informações com o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), que está projetando a ampliação da Via Expressa (BR-282), que liga a BR-101 à Ilha.
(Por Mauricio Frighetto, DC, 15/05/2011)
Travessia para a mobilidade
O governo estadual promete definir, no começo de junho, qual dos três projetos que estão em exame para a quarta ligação entre a Ilha de Santa Catarina e a área continental de Florianópolis será executado: uma nova travessia entre as pontes Pedro Ivo Campos e Colombo Salles; uma ponte ou um túnel submarino ligando a Beira-Mar Norte e a Beira-Mar Continental. São evidentes a necessidade e importância desta nova ligação diante do explosivo crescimento demográfico e da frota de veículos em circulação, que transformaram a Capital, em poucos anos, na cidade com o segundo pior índice de mobilidade do mundo. Independente de qual projeto seja escolhido, trata-se de obra complexa, de elevado custo e demorada execução.
Com efeito, essa é uma decisão de grande repercussão, como a classificou o governador Raimundo Colombo. Uma decisão que só pode ser tomada com base em rigorosos estudos e pareceres técnicos. Deste processo hão de ser afastados quaisquer outros interesses e motivações que não sejam os inspirados pelo interesse público. Ademais, a escolha terá um forte impacto sobre os municípios do entorno da Capital, cujo trânsito padece com os monumentais engarrafamentos que se formam nos horários de pico, e que têm, entre seus focos de origem, as duas travessias, hoje amplamente superadas pela demanda. Anda bem, portanto, o governo, ao auscultar as prefeituras da região a respeito.
Vale lembrar que o problema da mobilidade não será resolvido apenas com a construção de novas travessias e de outros investimentos na infraestrutura viária. Inclui, ainda, a urgente melhoria da qualidade e novas alternativas seguras, confortáveis e eficientes para o transporte público na região. Hoje, a maioria dos trabalhadores chega a perder mais de três horas por dia em seus deslocamentos entre a casa e o trabalho, viajando em ônibus superlotados, e gastando, por mês, mais para pagar este suplício cotidiano do que com a sua alimentação. Questão de qualidade de vida e de cidadania, portanto. Só uma nova política bem estruturada e gerida com firmeza e competência mudará o quadro vigente. Que venha a quarta travessia, e que ela seja motivo, também, para diversificar e qualificar o transporte de massas na região.
(Editorial, DC, 16/05/2011)

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