Órgãos avaliam riscos da drenagem do lençol freático
Novos empreendimentos estão na mira dos moradores do Campeche, no Sul da Ilha. Segundo denuncias encaminhadas ao Ministério Público Federal e Fatma (Fundação do Meio Ambiente) as construções estão secando toda a água do lençol freático da região o que pode, em um futuro próximo, trazer conseqüências desastrosas ao meio ambiente. O primeiro alvo foi o Campeche Beach Club, a 100 metros da praia, que tem suas obras embargadas desde do dia 10 março deste ano. Nesta semana mais três novos edificações foram vistoriadas, mas segundo a Fundação não foram encontradas irregularidades.
Segundo as denúncias dos moradores, as construções de garagens no subsolo, que seriam uma forma de burlar a lei e ganhar um pavimento a mais na edificação, fazem necessárias escavações que atingem o lençol freático. “Estão secando o lençol freático com bombas para retirada constante de água, isto é crime ambiental”, denuncia o presidente da Amocam (Associação de Moradores do Campeche), Ataíde Silva.
No residencial Campeche Beach Club, com o embargo da obra, a água do lençol freático que estava sendo retirada, passou a acumular no local. Enquanto MPF investiga as denuncias e a Fatma avalia o estrago ao meio ambiente, moradores se preocupam com os riscos que a água parada pode trazer. “Aqui cerca de 130 mil litros de água foram retirados durante cinco meses. Queremos a devolução de toda a terra que foi retirada, para não atrair doenças”, reivindica Silva.
Segundo o presidente da Fatma, Murilo Flores, antes as licenças eram liberadas e não havia uma preocupação específica em relação ao lençol freático. “A partir das denuncias estamos procurando uma forma de normatizar isso. Estudos que estão sendo feitos devem revelar o que pode ser feito e onde pode ser perfurado. Enquanto isso estamos fazendo uma restrição em relação à liberação de licenças”, informa.
Denúncia
Outro empreendimento alvo de denúncias é o residencial Essence, próximo ao mar e que já está com as construções bem adiantadas. Segundo a avaliação do geólogo e professor da Ufsc (Universidade Federal de Santa Catarina) Luiz Fernando Scheibe, que a pedido do Notícias do Dia visitou o canteiro de obras. No subsolo, onde estão as garagens , houve um rebaixamento do solo que torna o volume de armazenamento de água menor. Outra consequência, segundo Scheibe, é a subida da cunha salina com a água do mar que poderia haver uma contaminação da água doce. “Desta forma aumenta a possibilidade de poluição do lençol freático”, conclui.
Porém, de acordo com a fiscalização da Fatma, o empreendimento não está agredindo o lençol freático. “Os técnicos não constataram nenhum dano”, disse Flores. O procurador do Meio Ambiente do Ministério Público de Santa Catarina avalia a denúncia dos moradores.
Em relação aos questionamentos feitos sobre o empreendimento Essence life Residence, a Rodobens Negócios Imobiliários S/A e a Klokplan Engenharia esclarecem que “o rebaixamento do lençol freático é necessário para que seja realizada a impermeabilização da laje. O procedimento é provisório e será
realizado somente na fase de implantação do empreendimento. A água é bombeada para
uma área dentro do próprio empreendimento e infiltrada em um processo de recarga do lençol freático. Não existe nenhum impedimento técnico ambiental para este procedimento”.
“Água não é potável”, defende secretário
O secretário do Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano da Capital, José Carlos Rauen , defende que as obras realizadas no Campeche estão 100% regularizadas e que a água do lençol freático da região não é potável. “Todos os poços de água da região que eram utilizados pela Casan (Companhia Catarinense de Águas e Saneamento) foram eliminados por conta da má qualidade”, disse Rauen. “O único lençol freático da Ilha que ainda pode ser usado é o manancial do Norte da Ilha, os demais estão contaminados”, avalia o secretário.
A Vigilância Sanitária da Capital colheu amostras da água no Campeche para atestar a qualidade. O resultado deve estar concluído nos próximos dias. Em relação à água parada no residencial Campeche Beach Club, o diretor da Vigilância Sanitária, Anselmo Granzotto, aguarda o relatório da inspeção feita. “Se forem constatados a presença de larvas, o empreendimento será multado e encaminhado uma denuncia ao MPF”, informa.
O procurador do Ministério Público Federal em Santa Catarina, Eduardo Barragan, aguarda uma vistoria a ser realizada pela Casan na obra embargada no Campeche. Dependendo do resultado, o MPF pode embargar definitivamente a construção.
A direção responsável pelo Campeche Beach Club intera que já foram entregues toda a documentação solicitada e que laudos foram realizados que apontaram que a obra não causou e nem causará nenhum dano a casas no entorno. Em relação a água parada, a direção afirma que está sendo tratada para evitar larvas e focos.
Entenda o caso
Dezembro de 2010 – Iniciam bombeamento para retirada da água no residencial Campeche Beach Club
10 de março de 2011 – Após denuncias do Nucleo Distrital do Campeche e Pântano do Sul, obras no empreendimentos são suspensas pela Polícia Ambiental
Março de 2011 – Amocam entrega relatório com denuncias de oito empreendimentos que estariam realizando obras irregulares e atingindo o lençol freático da região ao MPF
Março de 2011 – Fatma faz exigências de documentação ao empreendimento Campeche Beach Club
18 de março de 2011 – MPF solicita a Casan laudo sobre estragos causados ao lençol freático por conta das obras do Campeche Beach Club prazo para conclusão encerra em 13 de maio
29 de Abril de 2011 – Fatma inicia fiscalização nos empreendimentos denunciados pela comunidade
03 e 04 de Maio de 2011 – Vigilância Sanitária avalia qualidade da água do lençól freatico da região e realiza inspeção para detectar a presença de larvas no canteiro de obras do Campeche Beach Club.
(Por Mônica Amanda Foltran, ND, 06/05/2011)
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Lençol freático de Florianópolis