Com o lançamento das pistas rápidas exclusivas para bicicletas – conhecidas como Barclays Cycle Superhighways – mais pessoas estão optando pelos pedais na capital inglesa. Um relatório publicado pela Transport for London (TfL) apontou que o uso de bicicletas aumentou 70% no mês de outubro em relação ao mesmo período do ano anterior, sendo que em algumas regiões da cidade o aumento foi de 100%.
Inauguradas em julho de 2010, as duas primeiras ciclovias tem 1,5 metro de largura e ocupam as pistas dos dois sentidos. Até o momento, já foram implantados 40 km de faixas com 94 pontos de parada preferenciais, 46 cruzamentos sinalizados, 39 espelhos de segurança, além de 2.372 vagas de estacionamento para as magrelas, a um custo de 23 milhões de libras. Outras 10 vias rápidas exclusivas devem entrar em funcionamento até o final de 2015.
Incentivar o uso da bicicleta como meio de transporte é um das prioridades do prefeito Boris Jonson. Além da implantação das ciclovias, foi lançado um sistema de aluguel de bicicletas públicas que conta com mais de 330 estações espalhadas por diversos pontos da cidade. Com essas medidas, Boris e a TfL pretendem aumentar o uso das magrelas em 400% até 2025 – em comparação com dados do ano 2000, em que foram feitas cerca de 250 mil viagens de bicicleta na cidade. Hoje, estima-se que sejam feitas 550 mil, de acordo com a London Cycling Campaign (LCC).
E já tem gente se sentindo mais à vontade para pedalar pela cidade com a criação das pistas rápidas. Uma enquete feita com os moradores das regiões onde as ciclovias foram construídas revelou um aumento de 34% de novos ciclistas apenas um mês após a inauguração das faixas. Além disso, de cada dez ciclistas, mais de quatro disse ter aumentado o número de viagens de bike, três compraram equipamentos de ciclismo e 60% dos ciclistas se sentem mais seguros para transitar de bicicleta pela capital inglesa.
Mas, apesar dos dados positivos apresentados pelo relatório da TfL, as Superhighways têm sido bastante criticadas por parte da população. Além da largura, considerada estreita pelos ciclistas, muitos reclamam que automóveis ainda invadem as faixas exclusivas em vias mais estreitas e de maior trânsito. Outro problema é o fato de que muitos pontos de parada de ônibus se encontram sob as faixas exclusivas. Quando o coletivo para, ele ocupa toda a largura da faixa preferencial, obrigando o ciclista a parar ou desviar pela calçada. Apesar de ainda apresentar alguns problemas, as pistas rápidas não deixam de ser uma ótima iniciativa. É preciso lembrar que mesmo a Holanda, país com uma ótima infraestrutura para o uso de bicicletas, precisou de algumas décadas para aperfeiçoar a sua rede de ciclovias.
(Por Luana Caires, O Eco Cidades, 03.02.2011)
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