Abastecimento da Casan estaria irregular na Agronômica há cerca de quinze dias, segundo a comunidade
A dona de casa Rosa Vicente do Oliveira mora na rua Eduardo Nicolich, na bairro Agronômica há 35 anos e, nos últimos três verões, tem enfrentado problema com o abastecimento de água por parte da Casan (Companhia Catarinense de Águas e Saneamento). Desta vez, já são quase duas semanas com fornecimento irregular. A salvação de Rosa é comprar água mineral para beber e fazer comida e captar a água da chuva, com a ajuda de duas caixas de água no quintal, para lavar roupa e limpar a casa.
“Se abrir a torneira não cai uma gota. Quando vem, vem às 4h30 da manhã e vai embora às 6h. É um tal de encher latinha que a gente já não aguenta mais”, diz a moradora. Além dela, moram nas três casas geminadas mais nove adultos e três filhas. Uma delas, um menino de um ano, é neto de Rosa. O pai Diogo Vicente precisa levar a criança para tomar banho na casa de uma irmã em Capoeiras. “Já ligamos para o caminhão pipa. Ele chegou aqui com 2.000 litros e tivemos que dividir com a vizinha que também está sem água”, conta Vicente.
Segundo Rosa, quase todos os vizinhos sofrem com o mesmo problema. Um pouco mais abaixo, mas na mesma rua, mora Ivete Land. Com abastecimento irregular há 15 dias, a dona de casa também aproveita a água da chuva e abastece a dispensa com galões de água mineral comprados em supermercados. “Eu economizo muito. Lavar roupa no máximo duas vezes por semana. E olha que somos apenas em três pessoas. Imagine que tem mais gente na família”, ressalta Ivete. Ele mora no bairro Agronômica há quatro anos e afirma que este é o quarto verão com problemas no fornecimento. “Eles (Casan) não dão solução e ficam sempre achando uma desculpa para o problema”, reclama Ivete.
População deve guardar protocolo de reclamação
Reclamações sobre falta d’água em Florianópolis devem ser feitas pelo telefone 0800-643-0195 da Casan. A reportagem do Notícias do Dia entrou em contato com a central, solicitou informações sobre os problemas na rua Eduardo Nicolich e foi informada de que o abastecimento estava normalizado, o que não se concretiza, diante das informações dos moradores.
O prazo para que a Casan faça uma vistoria técnica no local é de 24 horas e é importante que o morador guarde o número do protocolo, comprovação de que a reclamação foi realmente feita. Tentamos contato também com o superintendente da Região Metropolitana da Grande Florianópolis, Carlos Alberto Coutinho, mas ele não atendeu ao celular. A assessoria de imprensa da Casan informou que não localizou os responsáveis para falar sobre o assunto.
(Maiara Gonçalves, ND, 28/01/2011)
Servidão fica cinco dias sem água no Monte Serrat
Famílias estão desesperadas e não sabem mais o que fazer para que a água volte às casas
Desde sexta-feira passada, as famílias de Graziela Rodrigues, de Jocemara Albino e de outras que moram na Servidão Vida Nova, no Monte Serrat, convivem com as dificuldades da falta de água. As duas foram vítimas das chuvas que chegaram a Florianópolis na semana passada e, ainda, tiveram que ver as torneiras secarem no final da tarde do dia 21.
“A louça está toda suja, não conseguimos dar descarga na banheiro, estamos sem banho e as crianças estão sem tomar água. Está sendo muito difícil. Desde sexta entramos em contato com a Casan e eles afirmam que a água vai voltar em 24 horas, mas nunca volta. Estamos desesperados”, conta Graziela. Segundo ela, o sobrinho de um mês teve que ser levado para o Morro das Pedras, já que a cunhada não tinha água para tomar banho ou dar banho na criança. “Eu vou constantemente na casa da minha vó e tomo banho lá de vez enquando. São muitas pessoas então não tem condições. Meu marido está tomando banho no trabalho”, comenta.
Já Jocemara está preocupada com a situação do filho de 6 anos. “Ele tem anemia e fica com a imunidade muito baixa. Se fica muito tempo sem tomar água é possível que pegue alguma virose. Não conseguimos nem fazer comida. Faço um lanche com pão, porque não temos água para cozinhar. Com esse calor ainda, não dá nem pra lavar as roupas das crianças ou levar pra tomar banho”, relata.
A Casan afirma que uma equipe foi encaminhada ao local para verificar a situação da rua. Segundo Carlos Alberto Coutinho, sup. regional de negócios da região metropolitana da Grande Florianópolis, um morador fechou o registro, impedindo que a água chegasse aos outros moradores. Um melhoria no registro será feita ainda hoje.
(Emanuelle Gomes, ND, 28/01/2011)
“Estou tomando banho de gato”, diz moradora sem água no Córrego Grande, em Florianópolis
Abastecimento está prejudicado nas regiões mais altas do bairro há quase duas semanas
Há quase duas semanas, a água não chega às partes mais altas do bairro Córrego Grande, em Florianópolis. Moradores da rua Maestro Aldo Krieger precisaram recorrer a poços e até cachoeiras para conseguir cozinhar, tomar banho e lavar roupas.
— O banho é de gato, bem rapidinho. Às vezes, durante à noite, entra alguma coisa na caixa d’água. Aí, aproveito para tomar banho. Molho o corpo, desligo o chuveiro, passo o sabonete e ligo o chuveiro novamente. Só assim para me lavar. Durante o dia, não vem nenhuma gota — descreveu a dona de casa Tânia Alves Vieiras, de 45 anos.
Na casa de Tânia, as roupas também acumulam-se no tanque. O pouco que entra na caixa serve para alimentação e limpeza de talheres e louças na pia. De acordo com a dona de casa, o “vai-e-vem” na rede de abastecimento começou em dezembro e agravou-se na semana passada.
Para amenizar o problema, os moradores da região conhecida como Alto do Córrego Grande precisam buscar água em poços e numa cachoeira da região.
— Meu pai precisar buscar de balde num poço perto de casa. Só serve para limpeza e tomar banho. Para beber e cozinhar, compramos bombonas de água mineral. Mas dura pouco porque somos em seis. A gente sempre usou só água da Casan — ressaltou a recicladora Nara Juliana Voltolini, de 24 anos.
Enxurrada prejudicou abastecimento
Pedro Abel, diretor regional da Casan na Grande Florianópolis, relacionou a falta de água com as enxurradas que atingiram a Grande Florianópolis na semana passada e no início desta semana. O abastecimento ocorre por meio de captação no rio Cubatão, em Santo Amaro da Imperatriz, município também atingido pelas fortes chuvas.
— A água bruta ficou bastante suja principalmente devido ao barro. Isso diminuiu em 30% nossa capacidade. Consequentemente, as partes mais altas sofrem mais. A expectativa é que o abastecimento esteja normalizado até o fim de semana na região do Córrego Grande — prometeu Abel.
(Pedro Rockenbach, Diario.com.br, 28/01/2011)
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Estamos sem água no bairro Itacorubi desde quarta-feira, dia 13/12/2011!!