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Aterro da Baía Sul: 60 dias para um acordo

Justiça dá prazo para que prefeitura de Florianópolis defina uma solução para desocupar o terreno

Comerciantes e funcionários do Camelódromo Cidade de Florianópolis e da feira Direto do Campo vivem uma mistura de angústia e esperança. Angústia porque precisam deixar o espaço até janeiro do ano que vem; esperança porque a Justiça Federal, em Porto Alegre, deu um prazo de 60 dias para a prefeitura e os ocupantes do espaço encontrarem uma solução.

Adecisão para que os dois locais sejam desocupados, junto com três estacionamentos, foi dada em janeiro, em primeira instância. O pedido foi da União, para que seja construída a sede do Ministério Público Federal (MPF). Os réus recorreram, e a Justiça Federal, em Porto Alegre, determinou, na terça-feira, que as partes cheguem a um acordo.

– São quase 200 famílias prejudicadas, além de milhares de pessoas que usam os serviços. Estamos esperando que a prefeitura encontre uma solução, com um acordo para que eles fiquem no local ou encontrando um lugar para realocá-los – disse o advogado Alessandro Marceddu.

O repositor Rodrigo Monteiro, 31 anos, trabalha há oito anos no Direto do Campo e é um dos 40 funcionários do local que está preocupado:

– Tenho dois filhos e só esta renda. É muito difícil trabalhar em um lugar sabendo que ele pode acabar.

– Tem muita variedade de frutas e verduras e a um preço baixo, R$ 1,05 o quilo. Muitos clientes querem saber para onde vamos, mas não sabemos – afirma o gerente Solano Lara.

No prédio ao lado a situação é a mesma. Rosimeri Rabello, 41 anos, presidente da Associação do Camelódromo Cidade de Florianópolis lembra que o espaço foi destinado pela prefeitura há 13 anos. Disse que todos pagam um aluguel mensal de R$ 137 e uma taxa para a coleta de lixo – R$ 23.

– A prefeitura deu o espaço, nós é que construímos isso aqui. Agora não temos para onde ir – reclama.

Na segunda-feira, eles fazão uma manifestação no local para pressionar o governo. Mas, de acordo com o secretário de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano, José Carlos Rauen, não há outro terreno para a realocação dos ocupantes.

– Não vejo nenhuma solução no momento. O terreno é da União e não temos para onde realocá-los.

(Por MAURÍCIO FRIGHETTO, DC, 11/09/2010)

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