Concurso de monografias promovido pela Fundação Franklin Cascaes selecionou pesquisas sobre a história e a cultura de Florianópolis.
A Fundação Cultural de Florianópolis Franklin Cascaes (FCFFC) definiu os vencedores do concurso de monografias sobre a história e a cultura de Florianópolis que receberão o Prêmio Silvio Coelho dos Santos. Dos 36 trabalhos inscritos e habilitados, a comissão avaliadora selecionou dez para dividir a premiação de R$ 29 mil a ser entregue em julho, durante as comemorações do aniversário da instituição.
Dirigido a estudantes universitários e pesquisadores residentes na Grande Florianópolis, o concurso foi criado com o objetivo de incentivar a geração de novas produções sobre a diversidade cultural no município. A iniciativa homenageia in memoriam o professor emérito da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) que dedicou a vida ao estudo dos povos indígenas, à defesa dos direitos das minorias e ao fomento da pesquisa social no meio acadêmico.
A avaliação dos trabalhos coube a uma comissão composta pelos historiadores Carlos Humberto Corrêa e Paulino de Jesus Francisco Cardoso, além do antropólogo e músico Rafael José de Menezes Bastos. Os autores selecionados vão receber prêmios de R$ 10 mil (1º lugar), R$ 7 mil (2º lugar) e R$ 5 mil (3º lugar). Haverá também premiação para sete menções honrosas, que farão jus ao valor individual de R$ 1mil. As monografias serão publicadas em outubro, em evento alusivo ao aniversário da morte de Silvio Coelho dos Santos.
O homenageado
Nascido em 7 de julho de 1938, Silvio Coelho do Santos graduou-se em História pela UFSC e concluiu doutorado em Ciências Humanas pela Universidade de São Paulo (USP). Foi diretor do Museu Universitário Oswaldo Rodrigues Cabral (1970-75), Pró-Reitor de Pesquisa e de Ensino da UFSC (1980-86), e presidente da Associação Brasileira de Antropologia (1992-94).
Juntamente com Walter Fernando Piazza e Oswaldo Rodrigues Cabral, Silvio Coelho dos Santos ajudou a implantar o Instituto de Antropologia da UFSC e integrou a primeira equipe catarinense de antrópologos. Dedicou a vida ao estudo dos povos indígenas, à defesa dos direitos das minorias e ao fomento da pesquisa social no meio acadêmico. Era também pesquisador do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ) e membro da Academia Catarinense de Letras, tendo diversos livros publicados. Faleceu em 26 de outubro de 2008, aos 70 anos.
A comissão julgadora
Carlos Humberto Corrêa é professor titular da UFSC, aposentado, e especialista em Metodologia da Pesquisa Histórica pela UFSC, com mestrado e doutorado em História. Desde 1997 preside o Instituto Histórico Geográfico de Santa Catarina e é autor de 21 livros sobre história e cultura catarinenses.
O músico e antropólogo Rafael José de Menezes Bastos tem mestrado em Antropologia Social pela Universidade de Brasília e doutorado na mesma área pela Universidade de São Paulo. É coordenador do Núcleo de Estudos de Arte, Cultura e Sociedade na América Latina e Caribe/UFSC e pesquisador 1B do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
Paulino de Jesus Francisco Cardoso tem mestrado e doutorado em História pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, com ênfase em História de Populações de Origem Africana no Brasil e em Santa Catarina. Integra o Núcleo de Estudos Afro-Brasileiro (NEAB) da Universidade do Estado de Santa Catarina e atualmente é Pró-reitor de Extensão, Cultura e Comunidade da Udesc.
Relação dos selecionados
1º Lugar
“Resolveo a mesa que pelo menos houvesse huma missa resada: festas e procissões na Irmandade de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito dos Homens Pretos em Desterro/SC-1860”
Karla Leandro Rascke
2º Lugar
“Carnaval na Ilha: uma etnografia da Escola de Samba Embaixada Copa Lord”
Camila Azevedo dos Reis
3º Lugar
“Olhares da Cidade: um mosaico de Neide Maria Rosa”
Vivian de Camargo Coronato
Menção Honrosa
“A aventura do rap em Florianópolis: Musicalidades urbanas no movimento Hip Hop”
Ângela Maria de Souza
“Os Sons da Ilha: a cultura local na produção musical do Grupo Engenho, Florianópolis 1979-1984”
Marco Antonio Ferreira de Souza
“Florianópolis em aquarelas e nanquins – Uma exposição de arte em tempos de modernidade”
Elizabeth Ghedin Kammers
“Dias Velho: Lenda e Realidade”
João Carlos Mosimann
“A Programação do Theatro Santa Isabel e o gosto musical em Desterro no final do Império”
Gustavo Weiss Freccia
“O Grupo Desterro: Política e literatura no fim do Império (1881 – 1889)”
Luiz Alberto de Souza
“Paredes do Passado, Vestígios da História: a arquitetura de Florianópolis como documento para o ensino da História”
Rodrigo Nelson Pereira
(PMF, 18/05/2010)
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