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Memorial Cruz e Sousa será inaugurado hoje

Finalizar a construção do Memorial Cruz e Sousa, que ocupará parte do terreno do Museu Histórico de Santa Catarina, no Centro de Florianópolis, ainda era preocupação na manhã de ontem. Faltavam os retoques finais da obra, que será inaugurada hoje, às 16h30min. Ela vai abrigar os restos mortais do catarinense João da Cruz e Sousa (1861-1898), transferidos do Rio de Janeiro para a Capital em novembro de 2007.

O espaço, projeto da Fundação Catarinense de Cultura, ocupa área de 280 metros quadrados. Abriga a urna mortuária do poeta simbolista e ainda terá espaço de leitura, biblioteca de autores catarinenses e uma pequena cafeteria. Ele foi pensado também para promover lançamentos literários e saraus.

O orçamento do memorial é de R$ 264,1 mil. O valor foi pago com recursos provenientes do Funcultural. Com a transferência dos restos mortais do escritor – que jaziam no cemitério São Francisco Xavier, no Rio de Janeiro – para a Capital, a escolha de um local para abrigar o memorial em sua homenagem recaiu sobre a sede do Museu Histórico de Santa Catarina. Tombado como patrimônio histórico do Estado em 1984, o edifício recebeu o nome de Palácio Cruz e Sousa em 1979.

Projeto arquitetônico e local dividiram opiniões

Nascido em Nossa Senhora do Desterro (nome antigo de Florianópolis), Cruz e Sousa foi um dos precursores do simbolismo no Brasil e é considerado o nome maior da poesia na história de Santa Catarina. Em 1885, lançou o primeiro livro, Tropos e Fantasias. Cinco anos depois foi para o Rio de Janeiro. Em fevereiro de 1893, publicou Missal; e, em agosto, Broquéis, iniciando o novo estilo literário no país.

Em 2007 o governo anunciou a inauguração do Memorial para o dia 19 de março de 2008, data em que seriam lembrados os 110 anos da morte do poeta. Mas algumas polêmicas cercaram a sua construção. O local para a concretização da homenagem não é unanimidade entre os historiadores e os estudiosos de sua vida e obra. Um dos espaços apontados como ideal para guardar seus restos mortais seria um pouco acima: a Igreja do Rosário, na Rua Marechal Guilherme. Cruz e Sousa nasceu naquela rua e frequentava o templo católico.

O projeto arquitetônico do Memorial também gerou discussão, pois contrastaria com o do museu. Segue, porém, critérios internacionais de arquitetura histórica, como informa a administradora do Museu Histórico, Susana Simon. O Memorial foi integrado aos jardins revitalizados do antigo palácio, compondo o conjunto de forma harmônica e complementar, de acordo com ela.

A instalação da cafeteria atende a uma antiga reivindicação de visitantes e frequentadores do Museu e de seu entorno.

(Por Renê Muller, DC, 06/05/2010)

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