Acontece na quinta-feira(06/05), 16h30min, a cerimônia de inauguração do Memorial Cruz e Souza no Museu Histórico de Santa Catarina, no Centro de Florianópolis.
A inauguração do espaço é uma ação conjunta da SOL (Secretaria de Turismo, Cultura e Esporte), FCC (Fundação Catarinense de Cultura) e Museu Histórico de Santa Catarina e abrigará os restos mortais do famoso poeta catarinense, além de sediar um cafeteria que conta com espaço para leitura.
A arquitetura do memorial contrasta com do museu, mas segue critérios internacionais de arquiteturas históricas, que dá conta que obras desta natureza devem seguir a arquitetura da época em que foi construída, embora a edificação seja integrada ao atual desenho dos jardins revitalizados do antigo Palácio, compondo o conjunto de forma harmônica e complementar.
A instalação da cafeteria nos jardins do palácio atende a uma antiga reivindicação de visitantes e freqüentadores do Museu e Centro Histórico de Florianópolis, contribuindo para a revitalização urbana da área.
Com a transferência dos restos mortais de João da Cruz e Sousa do cemitério São Francisco Xavier, no Rio de Janeiro, para Florianópolis, em novembro de 2007, a escolha de um local para abrigar um Memorial em sua homenagem logo recaiu sobre o Palácio Cruz e Sousa.
Tombado como patrimônio histórico do Estado em 1984, o edifício sede do Museu Histórico de Santa Catarina recebeu este nome em 1979, em homenagem ao poeta simbolista nascido em Desterro.
Cruz e Souza
Nascido em Nossa Senhora do Desterro (atual Florianópoli), João da Cruz e Sousa (1861-1898) foi um dos precursores do simbolismo no Brasil. Filho de negros alforriados, desde pequeno recebeu a tutela e uma educação refinada de seu ex-senhor, o Marechal Guilherme Xavier de Sousa, de quem adotou o nome de família. Aprendeu francês, latim e grego. Em 1881, dirigiu o jornal Tribuna Popular, no qual combateu a escravidão e o preconceito racial.
Em 1885 lançou o primeiro livro, Tropos e Fantasias em parceria com Virgílio Várzea. Cinco anos depois foi para o Rio de Janeiro, onde trabalhou como arquivista na Estrada de Ferro Central do Brasil, colaborando também com o jornal Folha Popular. Em Fevereiro de 1893, publica Missal (prosa poética) e em agosto, Broquéis (poesia), dando início ao Simbolismo no Brasil que se estende até 1922.
Em novembro desse mesmo ano casou-se com Gavita Gonçalves, também negra, com quem tem quatro filhos, todos mortos prematuramente por tuberculose, levando-a à loucura. Faleceu no município mineiro de Antônio Carlos, num povoado chamado Estação do Sítio, para onde fôra transportado às pressas vencido pela tuberculose. Teve o seu corpo transportado para o Rio de Janeiro em um vagão destinado ao transporte de cavalos. Foi integrante da Academia Catarinense de Letras, de cuja cadeira 15 é patrono.
(FCC, 03/05/2010)
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