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Artigo escrito por por Laudelino José Sardá, jornalista e professor (DC, 19/02/2010)
Santa Catarina viveu o boom do desenvolvimento a partir do final dos anos 1950 com a visão sistêmica de Alcides Abreu. A criação das microrregiões despertou o potencial de cada cidade, com suas particularidades e unidade étnica decorrentes de um processo imigratório organizado. O Estado teve a felicidade de receber europeus produtivos, dispostos a construir vidas novas. Por isso, somos um arquipélago, com várias ilhas culturais e altamente produtivas, apesar de termos perdido, a partir dos anos 1980, a noção de planejamento integrado. Infelizmente, Florianópolis é um dos patinhos feios neste arquipélago, em função, principalmente, dos seus péssimos gestores, preocupados em construir viadutos, promover eventos caros e supervalorizados, ignorando a necessidade de saber o que é preciso fazer para organizar a cidade e permitir que o seu crescimento respeite os limites da qualidade de vida e do meio ambiente. A microrregião da Grande Florianópolis é um modelo de desintegração.
A procuradora da República Ana Lúcia Hartmann tem sido acusada de impedir o crescimento da cidade. Acredito que, se não fosse a coerência dessa funcionária, a Ilha estaria devastada de vez, porque os que alegam estar criando emprego e progresso não enxergam o binômio crescimento e meio ambiente. Predomina o egocentrismo, achando que a Ilha não precisa de limites para se desenvolver. Enquanto não se pensar a Ilha do geral para o particular, criando leis severas e controle rígido do crescimento, continuaremos sob o signo da destruição. Humanizar a cidade exige organização, desde as mais simples medidas, de sinalizar bem as ruas, por exemplo, à autorização para a localização de escola, supermercados, boates, prédios, etc. Primeiramente, é preciso definir o que queremos para a Ilha. A nossa cidade perdeu a sua naturalidade em nome de poucas pessoas que a embalam como se ela fosse a sua possessão ou abastança.

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