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Verão de passeio econômico

Com o câmbio desfavorável, argentinos vêm em menor número e estão gastando bem menos do que em anos anteriores

Quem circula pelo Norte da Ilha de Santa Catarina ou em Balneário Camboriú pode até achar que está em Buenos Aires, de tanto espanhol que se ouve. Mas a verdade é que, apesar de se fazerem notar, os turistas argentinos vieram em menor número nesta temporada. E foi-se o tempo do “dame dos”, porque os que estão por aqui fecharam a mão. A boa notícia é que aumentou o número de visitantes de outros países do Mercosul.

O câmbio não está favorável para os argentinos. Na conversão de peso para dólar e depois para real, a perda chega a 30% em relação ao ano passado. Por isso, a presença de turistas argentinos na rede hoteleira de Florianópolis está entre 30% e 40% menor do que no ano passado.

– No verão de 2009, os argentinos salvaram a temporada. Com a enchente e as chuvas, tivemos menos turistas brasileiros. Mas este ano, eles vieram em menor quantidade. Não tem nem comparação com anos anteriores. A economia argentina não vai bem e eles ainda estão pagando tudo mais caro aqui por causa da valorização do real frente ao dólar – avalia o presidente do Sindicato dos Hotéis e Restaurantes de Florianópolis, Tarcísio Schmitt.

Mesmo assim, o sindicato registrou um crescimento na ocupação dos hotéis de 5,7% na primeira quinzena de janeiro, na comparação com igual período do ano passado.

– Em 2010, foi a vez dos brasileiros salvarem a temporada – diz Schmitt.

Em Balneário Camboriú, os hoteleiros também tiveram uma decepção com a quantidade de argentinos nesta temporada, segundo a diretora de hospedagem do Sindicato dos Hotéis do município, Dirce Fistarol.

– O movimento não foi o esperado. Pelo menos, os que vieram estão mantendo o tempo de permanência média entre sete e dez dias. Mas reclamam demais dos preços e estão mais contidos para gastar – observa.

A ocupação na rede hoteleira de Balneário Camboriú foi de 80% na primeira quinzena de janeiro, mas a queda na segunda parte do mês ultrapassa os 30%.

Nas imobiliárias, a reclamação é a mesma. Na Ingleses Imóveis, no Norte da Ilha, a procura de argentinos por locação caiu 20% em relação a 2009, segundo Marguith dos Santos, que trabalha no local.

– Eles reclamam dos preços e ainda querem colocar muita gente em apartamentos pequenos – comenta.

Na Brodaza, imobiliária de Balneário Camboriú, o gerente de locação Alceu Zamprogna diz que, este ano, a procura foi maior de paraguaios do que de argentinos.

(DC, 01/02/2010)

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