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O que explica a decadência da Lagoa da Conceição

Da Coluna de Renato Igor (NSC, 21/01/2024)

A Lagoa da Conceição virou um bairro de passagem. É uma pena. O local, mesmo com obra de revitalização da Avenida das Rendeiras e a nova ponte, perdeu a vocação do passado: um espaço de lazer e boa convivência.

O que se vê hoje é uma alternância de locações nas lojas, placas de aluga-se e uma arquitetura de gambiarra de quinta categoria como cartão de visita. Uma decadência só.

Há 10, 15 ou 20 anos, a Lagoa era onde a cidade se encontrava nos cafés nas tardes de sábado e domingo. Surgiu uma concorrência de qualidade e o público foi junto. Primeiro, o Mercado São Jorge; depois, a Mercadoteca, o Armazém Rita Maria e os bares, restaurantes e cafés charmosos do Rio Tavares e Campeche.

A Lagoa da Conceição ficou parada no tempo e há uma explicação para isso: quem tem boas ideias e que poderia mudar o perfil do mix comercial da Lagoa formosa, assim descrita pelo poeta Zininho, tem medo e procura segurança jurídica para isso.

Um grande empresário de Florianópolis já pensou em comprar toda a área do centrinho na descida do morro e construir ali uma mistura do Passeio San Miguel, de Balneário Camboriú, com a Mercadoteca.

Mas tem medo. Ele sabe da quase certeza de, mesmo respeitando o zoneamento, plano diretor e tendo todas as licenças, a chance da obra ser embargada é quase certa.

Quando não se cria a condição para atrair um público qualificado, o usuário de droga e o consumidor que promove bagunça tomam conta.

Não precisa ir muito longe para ver o que dá certo. A Costa da Lagoa, que se qualificou com seus restaurantes. Ganhou-se padrão, gastronomia local bem feita e melhorou a economia regional.

Mantém-se a essência, mas agregou-se valor em treinamento e  qualidade. O mesmo deveria ocorrer na Avenida das Rendeiras, na Lagoa da Conceição.

O objetivo não é elitizar, é organizar, é estabelecer um mix democrático e de qualidade. Jurerê Internacional, com o Jurerê Open, faz isso de forma organizada e bom gosto, vendendo do crepe  à alta gastronomia.

Dá para fazer.

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