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Programa da UFSC sugere aperfeiçoamento do Relatório de Impacto Ambiental de marina na Beira-Mar

O Programa Ecoando Sustentabilidade, que reúne vários laboratórios e pesquisadores da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), elaborou uma nota técnica sobre o Relatório de Impacto Ambiental (Rima) do empreendimento “Marina na Beira-mar Norte”, apresentado durante audiência pública realizada em 24 de outubro. A análise técnica constatou “carência de informações técnicas relevantes para assegurar o funcionamento do sistema costeiro saudável garantindo a segurança e o direito das demais atividades socioeconômicas na região”.

Os pesquisadores do programa consideram, de maneira geral, que é essencial aprofundar e incluir no Relatório de Impacto Ambiental da marina vários aspectos relacionados ao meio ambiente. Entre os estudos complementares necessários estão a inclusão de cenários relacionados às mudanças climáticas, e decorrente aumento do nível do mar; o impacto da navegação de 621 embarcações de 20 a 120 pés; as consequências de dragagens para manutenção do calado na marina e canal de navegação, revolvendo o lodo acumulado; caracterização do material a ser dragado, com atenção à concentração de contaminantes existentes nos sedimentos.

O documento também alerta para a necessidade de estudo da emissão de gases, uma vez que existem nas Baías da Ilha de Santa Catarina (BISC) reservatórios de gases como o metano, um dos mais importantes para o efeito estufa. E sugere a apresentação de mapas de dispersão de contaminantes como metais pesados, nutrientes e derivados de tintas anti-incrustantes; alerta para as possíveis consequências da retenção da matéria orgânica sobre atividades como maricultura e pesca; e solicita simulação do choque de embarcações com espécies marinhas que habitam a região, como o golfinho-cinza.

A nota técnica também pede “análise minuciosa das potenciais áreas locacionais do empreendimento, considerando o impacto da marina e da navegação, com destaque a outras regiões das BISC e entorno, como a margem dos bairros de Coqueiros e Itaguaçu”. A locação da marina, segundo os pesquisadores, precisa levar em consideração a diferença geomorfológica da Baía Norte, que é mais rasa e rica em lama, e a Baía Sul, mais profunda e arenosa.

Na conclusão, o estudo afirma que “o cenário teórico relacionado ao referido ambiente, a poluição crônica por metais, hidrocarbonetos, entre outros poluentes, a plausível presença de cistos de algas tóxicas (maré vermelha), com o avanço da eutrofização, expansão da zona morta, somado aos impactos descritos no próprio relatório, reforçam a necessidade de modelagem dos impactos do empreendimento na sociobiodiversidade associada, assim como nos diferentes setores da economia”.

Veja a íntegra da nota técnica

(UFSC, 08/11/2022)

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