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Câmpus Florianópolis recebe patente de conversor de energia oceânica em energia elétrica

Protótipo de conversor de energia oceânica em energia elétrica

Foto: Divulgação

O professor da área de Metal-Mecânica do Câmpus Florianópolis do IFSC, Widomar Pereira Carpes Júnior, recebeu a carta-patente de um equipamento desenvolvido por ele: um conversor de energia oceânica em energia elétrica. O objetivo do equipamento é ser uma fonte de energia limpa e renovável de menor custo.

O professor Widomar explica que sempre teve interesse em energias alternativas, desde a graduação. Há alguns anos, começou a pesquisar como transformar a energia oceânica em energia elétrica. Em suas pesquisas, observou que os equipamentos disponíveis faziam somente a captação de um tipo de energia: somente das ondas (energia potencial) ou somente das correntes marítimas (energia cinética).

Assim, teve a ideia de criar um projeto de pesquisa para desenvolver um conversor com dupla função, que aproveitasse a energia das ondas e das correntes marítimas. Foi contemplado com edital da Pró-reitoria de Pós-graduação, Pesquisa e Inovação (Proppi) e conseguiu um estagiário para auxiliar na pesquisa e montagem de um equipamento modelo.

Foram criados protótipos em diferentes materiais, como madeira e fibra de vidro. O modelo final foi montado em PVC, com um metro de altura e em torno de 50 centímetros de diâmetro, contendo dois geradores de pequeno porte e uma placa eletrônica. Com o equipamento pronto, foi submetido a edital da Proppi para obtenção da patente junto ao Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (Inpi) em 2016. A patente foi concedida em 2024, como equipamento inovador.

A partir da patente, será formado um grupo para continuar o desenvolvimento do equipamento e montagem de um protótipo a ser fixado em algum ponto da costa. O grupo pretende conversar também com empresas que tenham interesse em colaborar com o projeto.

Energia limpa e renovável a partir do mar

O professor explica que o equipamento desenvolvido no IFSC pode ser produzido em várias escalas, seja para atender uma residência, uma indústria ou mesmo uma cidade costeira. Ele pode ser instalado em locais onde não há movimento de embarcações, como costões. “Por exemplo, embaixo na nossa ponte, há correnteza muito forte, que pode ser aproveitada”, explica o professor.

Comparado a outras fontes de energia renovável, como a eólica ou a solar, a vantagem de se obter energia a partir do mar é a possibilidade de se produzir mais energia em um espaço menor e com um custo mais baixo. Além disso, é possível produzir energia de forma contínua, ao contrário do que acontece com a energia solar e a eólica, que dependem da ocorrência de sol ou vento.

O Brasil é conhecido pelo potencial em geração de energia limpa e renovável, porém, a produção de energia a partir do mar ainda está em desenvolvimento. Um exemplo é a usina de ondas no Porto de Pecém, no Ceará, a primeira da América Latina. “O Brasil tem uma costa enorme, de 8 mil quilômetros lineares, e praticamente toda a costa pode produzir. Imagina um equipamento desses no arquipélago de Fernando de Noronha, em que toda a energia elétrica vem de geradores a diesel?”, pontua o professor Widomar.

Outra vantagem da energia cinética do mar é o baixo impacto no meio ambiente, pois não interfere na fauna, como as pás dos geradores eólicos que atingem pássaros, não faz barulho e não necessita de grandes áreas, como as hidrelétricas. O professor acredita que, com o desenvolvimento da tecnologia, esse tipo de geração de energia poderá se popularizar e ser mais uma alternativa aos combustíveis fósseis.

(IFSC, 11/06/2024)

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