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Como o atraso do plano diretor afeta o emprego na construção em Florianópolis

Da Coluna de Estela Benetti (NSC, 25/04/2022)

A indústria da construção civil de Florianópolis reclama há anos a falta de um plano diretor adequado, problema que está limitando o crescimento do setor. Um dos dados que mostram essa barreira é a geração de empregos, segundo o Caged. Em 2021, ano em que o setor cresceu acima da média no país, 9,7%, Florianópolis gerou no setor apenas 611 novos empregos, enquanto Joinville teve saldo de 1.940 vagas e Itapema gerou 1.355 novos postos de trabalho.

ara avançar com o projeto do plano diretor, a prefeitura de Florianópolis entrega ao Ministério Público nesta segunda-feira, às 16h, um novo plano de trabalho, em especial para realização das audiências públicas, antecipou o colunista da NSC, Raphael Faraco.

Vale observar que a diferença de população entre as duas maiores cidades do Estado não é tão grande: Joinville teve população estimada de 605 mil habitantes em 2021 e Florianópolis, de 516 mil. Considerando o “boom” do setor em 2021, a construção de Florianópolis deveria ter um dinamismo mais parecido com outras cidades do litoral de SC, que tiveram os impactos do crescimento de demanda local e de investimentos de fora, de pessoas interessadas em ter imóvel na praia, como ocorreu em Itapema e Balneário Camboriú.

Mas a estatística elaborada pela Brain Inteligência de Mercado, especializada no setor da construção civil, mostra a razão pela qual o emprego avanço menos na construção, em Florianópolis, ano passado. No último trimestre de 2021 frente ao mesmo período de 2020, houve queda de 7% no número de lançamentos de empreendimentos habitacionais na capital.

A retração ocorreu em outros trimestres do ano. De janeiro a março de 2021, o número de lançamentos desses empreendimentos recuou 18,3% frente a 2020 e no segundo trimestre, foi uma queda de 22,2%.

Além disso, no primeiro bimestre deste ano de 2022, o baixo crescimento continua no setor, em Florianópolis. Segundo o Caged, foram criados 124 novos postos de trabalho enquanto em Joinville foram mais 406 novas vagas.

É claro que o setor mantém o ritmo de atividade na capital, centrado em imóveis de alto padrão. Mas está aquém do crescimento das cidades mais dinâmicas e turísticas do Estado e do país.

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