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18/11/2021
Smart City Barcelona
18/11/2021

Foto: Facebook

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Topázio Neto
Vice-prefeito de Florianópolis e-mail: topazio.neto@pmf.sc.gov.br

Do alto dos seus quase 350 anos, Florianópolis se mantém bela e atraente aos apaixonados que aqui ancoram seus barcos. Uma cidade que tem identidade, tem sotaque e tem muitos títulos a ostentar. Não preciso enumerar as qualidades de Floripa para os leitores do ND. O que precisamos falar, é de futuro. Porque nenhuma beleza se sustenta por si só. É preciso inteligência.

Claro que isso também já temos – estamos por dois anos consecutivos no pódio do Ranking Connected Smart Cities, atrás somente de São Paulo – resultado do nosso ecossistema de inovação, que se baseia em empresas, governos e universidades. Mas inteligência é competitividade, e se manter no pódio pode ser mais difícil que chegar lá.

Estou em Barcelona participando do Congresso Mundial de Cidades Inteligentes e, pelo que pude vivenciar até agora, estamos no caminho certo. Nada nos impede, entretanto, de pegar alguns atalhos rumo a uma visão estratégica de Smart City.

Do que já vi e ouvi dos especialistas, concordo com a visão de que as cidades verdadeiramente inteligentes são aquelas que trabalham suas vocações e criam uma cultura de oportunidades e de aspirações. É preciso fazer um pacto de cidade com seus habitantes, pois não há transformação sem consenso coletivo.

Neste cenário, o papel da municipalidade é crucial, pela autoridade e responsabilidade operativa. Mas é preciso uma união de agentes para a construção de uma cultura em que todos sintam que a cidade é uma plataforma de desenvolvimento, para que as mudanças tenham comprometimento com o entorno local e para que a cidade mantenha a sua identidade, aquilo que nenhum outro lugar tem.

Particularmente, um conceito que me chamou a atenção foi o de ter o cidadão como centro da visão, e não o automóvel. E, a partir daí, pensar na não-mobilidade, denominada com o termo “walking distance”, ou seja, tudo ao alcance de uma caminhada. Em algumas situações a solução é levar as montanhas a Maomé, e não o contrário.

Em comum, os melhores cases mundiais mostram que em se tratando de cidades, o conceito de inteligência abrange acessibilidade, interação com meio-ambiente, tratamento diferenciado dos resíduos, comunicação, governança e, acima de tudo, geração de oportunidades para que a cidade seja de todos. Floripa vai muito bem em vários quesitos. E já inteligente o suficiente para saber que ainda tem muito potencial a avançar.

(ND, 18/11/2021)

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