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Nem japonês entende os atrasos nas obras de saneamento em SC

Da Coluna de Renato Igor (NSC, 03/08/2021)

O contrato que a Casan tem com a Agência Internacional de Cooperação do Japão (JICA) para o financiamento de R$ 404 milhões de reais completa 11 anos em 2021. Das cinco obras de saneamento previstas, apenas uma está concluída. O Embaixador do Japão no Brasil, Akira Yamada, está em Santa Catarina e cumpre agenda na Casan e já esteve como governador Carlos Moisés da Silva. Elegante na fala e discreto, comentou sobre a parceria da Jica com os catarinenses e o atraso nas obras.

“As obras estão avançando, mas em função da pandemia estão um pouco atrasadas”, disse o representante do governo japonês a Mateus Boaventura nesta segunda-feira (2) à Rádio CBN Diário.

Não é bem assim. A pandemia atrapalhou, é verdade, mas não é a principal explicação para os atrasos. A crise mundial de saúde paralisou obras, dificultou o acesso a insumos e encareceu materiais de construção. Mas está longe de ser o principal problema.

O contrato assinado em 2010 destinava recursos para obras de saneamento nos Ingleses, Saco Grande/João Paulo, Insular (Florianópolis), Piçarras e Barra do Sul. Apenas em Piçarras ela já está concluída e em Barra do Sul está na fase final.

O que realmente atrasou as obras é uma combinação da incapacidade de convergência entre projeto e as comunidades, burocracia, entraves legais e ambientais e um assembleísmo interminável.

Para se ter uma ideia, as obras de Barra do Sul e Ingleses já deveriam estar concluídas. No norte da ilha, houve atraso para a liberação do terreno e deverá estar pronta em 2022. Entretanto, o caso mais emblemático e surreal é o da Estação de Tratamento de Esgoto do Sul da Ilha, no Rio Tavares.

O projeto previa o lançamento de tratamento terciário, o mais avançado, no Rio Tavares. Houve reação dos moradores, da comunidade da pesca e de órgãos de controle. Para buscar uma alternativa, a Casan ampliou o projeto e defendeu um emissário submarino no Campeche. Mesmo utilizado e com sucesso no primeiro mundo, aqui não se aceitou. Para não perder os recursos da Jica, na medida em que não há solução consensuada, a verba foi realocada para a obra dos Ingleses. O cenário do sul da ilha ainda é incerto.

Costuma-se dizer que no Japão o tempo dedicado para planejar uma obra é superior ao tempo de execução da mesma. Faz sentido. Se discute que tipo de obra é necessária e qual o melhor projeto. Com tudo pactuado, a execução é a parte mais fácil. Há, portanto, início, meio e fim.

Em Santa Catarina, por enquanto, estamos no meio do caminho.

Ouça a entrevista:

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