Maricultores estabelecidos no Parque Aquícola número 5, na Baía Sul, em Florianópolis, já podem pedir autorização para cultivo da macroalga Kappaphycus alvarezii. A macroalga pode representar uma importante fonte de renda para os maricultores do estado. Ela produz a carragenana, usada como espessante pelas indústrias químicas e alimentícias. Só em 2015 o Brasil importou 1.836 toneladas do produto, ao custo de US$16 milhões. Também está em franco crescimento a produção de biofertilizante a partir desta matéria-prima, pagando ao produtor entre R$ 3,00 e R$ 5,00 o quilo de alga fresca.
O parque aquícola Florianópolis número 5 está localizado na Baía Sul da capital catarinense e compreende as costas dos bairros Caieira da Barra do Sul, Ribeirão da Ilha e Tapera. Abrange 106 áreas aquícolas e 104 produtores. Sete áreas manifestaram interesse em cultivar a macroalga. A capacidade produtiva estimada é de 38,4 a 64 toneladas por hectare a cada ciclo de cultivo. Estudos apontam a possibilidade de acontecerem entre três e cinco ciclos anuais.
Alex explicou que Santa Catarina conta com 21 parque aquícolas. Agora o trabalho continua, para liberação do cultivo da macroalga nas 20 áreas ainda não contempladas. “O caminho é longo, mas temos que comemorar a autorização recebida para segundo maior parque aquícola do estado”, disse o pesquisador.
Pesquisa
Há mais de uma década, Epagri/Cedap e Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) estabeleceram uma forte parceria institucional que resultou em diversos estudos para viabilizar a produção da macroalga em Santa Catarina. Em 2009, começaram os cultivos experimentais em Florianópolis, que depois se estenderam para os municípios de Governador Celso Ramos e Penha. Tais ampliações eram condicionantes para a liberação dos cultivos comerciais, impostas pelo então Ibama, órgão licenciador de espécies exóticas. Até agora, apenas Rio de Janeiro e São Paulo estavam liberados para cultivos comerciais.
Alex explicou que a estratégia dos pesquisadores catarinenses é iniciar os cultivos comerciais da Kappaphycus alvarezii integrados ao de moluscos, diversificando a produção e aumentando a renda dos produtores. “Não queremos que ninguém deixe de produzir moluscos. As algas serão a segunda espécie. No futuro, cada produtor poderá avaliar o que é melhor para si, ou seja, continuar com a integração ou partir para o monocultivo de algas”, afirmou.
A macroalga é nativa de regiões tropicais do continente asiático, como Indonésia e Filipinas, que são os maiores produtores mundiais. Por ser de uma região quente, ela não consegue se reproduzir sozinha no Brasil, onde a sua propagação é vegetativa. Isso representa uma importante segurança ambiental, pois garante que a espécie exótica não vai se reproduzir descontroladamente. No Brasil, os plantios e replantios são realizados com pequenos ramos retirados do vegetal. Os ramos rebrotam e crescem em ciclos que variam de 30 a 60 dias, dependendo da época do ano. No verão os ciclos são menores e vão aumentando à medida que esfria.
(Governo de Santa Catarina, 12/08/2021)
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