Sapiens Parque em Florianópolis fica inviável após decisão de vereadores

Da Coluna de Renato Igor (NSC, 30/01/2021)

A decisão da Câmara de Vereadores de rejeitar o projeto que altera o Plano Diretor de Florianópolis inviabiliza o projeto do Sapiens Parque. Não há como compor um mix de moradia, prestadores de serviço, comércio e parque tecnológico. O plano atual não permite. Incentivar uma centralidade, evitar a necessidade de deslocamento e fazer com que as pessoas morem no mesmo bairro em que trabalham. Aqui não pode. O mundo todo aplica esse modelo de parques tecnológicos. O conceito de quando ele foi concebido, ainda era de grandes escritórios, empresas e apenas isso. O mundo mudou. Os conceitos mudaram. Israel tem um parque tecnológico com área de lazer, restaurantes e moradia no meio do deserto de Neguev. Mas aqui não pode. Tem vereador que vota contra isso, mas apoia invasão irregular.

Claro que vale o alerta de um dos idealizadores do parque, José Eduardo Fiates, em entrevista para a colega Estela Benetti, em fevereiro de 2020.

Ele explica que o mais importante são os talentos que vão pra lá para trabalhar e fazer pesquisa. Tem que ter instituições de pesquisas, empresas, restaurantes. Ele disse ser favorável a esse conceito, desde que seja um parque de inovação, e não que, daqui a algum tempo, se torne só um empreendimento comercial ou um condomínio residencial.

Fiates avalia que é extremamente benéfico ter moradias no parque para quem trabalha nele, mas não faz sentido ter condomínios residenciais de luxo, meramente imobiliários porque a ideia é um parque de produção de inovação para o Estado. Quem deseja unidades residenciais sofisticadas tem outras alternativas na região, disse Fiates.

Algo simples de ser ajustado e deixar claro no projeto, rejeitado pelos vereadores de Florianópolis.