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Presidente da ACM: “A pandemia agravou os problemas da saúde”

Da Coluna de Moacir Pereira (ND, 18/10/2020)

Comemorou-se neste domingo, 18 de outubro, do Dia do Médico. O presidente da Associação Catarinense de Medicina, focaliza três questões atuais sobre o exercício da profissão e os novos problemas enfrentados durante a pandemia do Covid-19.

Quais as maiores dificuldades da medicina hoje?
O paciente é o centro do trabalho do médico, que só pode cumprir sua missão quando existe a garantia do acesso ao atendimento para a população, assim como as condições de tratamento, para o necessário desfecho da assistência. Essa é, sem dúvida, a maior dificuldade da medicina em nosso país, que depende de políticas responsáveis de saúde, gestão eficiente e menos desperdício, coordenação e transparência no uso dos recursos, melhores escolas médicas e condições dignas de trabalho. Ou seja, é preciso ter uma política de Estado e não uma política apenas de governo. Destaca-se como desafio, também, a conquista da efetiva valorização do médico. A pandemia demonstrou de forma inequívoca a importância da medicina e do médico na assistência à saúde. Nos últimos anos, a tecnologia e todos os seus importantes avanços no diagnóstico e tratamento de doenças ocuparam um lugar de relevância no setor, mas o grande protagonista segue sendo o profissional que presta o atendimento e salva vidas.

De que forma a pandemia afetou a assistência médico-hospitalar?
A pandemia expôs ainda mais os problemas da saúde como um todo, na questão de carência de leitos, equipamentos, insumos, medicamentos, recursos humanos e financeiros, entre outros. Ao mesmo tempo também mostrou o imenso valor do Sistema Único de Saúde no atendimento da população. Com o agravamento dos casos de Covid-19 e o aumento da transmissão do vírus, foi preciso fazer uma nova estruturação dos serviços, remanejando pessoal, equipamentos, fluxos e recursos, e isso trouxe grande impacto ao atendimento médico-hospitalar. Em Santa Catarina, verdadeiras forças-tarefas de entidades da sociedade civil, como a parceria entre a ACM e a FIESC, auxiliaram na busca das soluções necessárias ao momento da crise. Além disso, o tratamento de doenças crônicas foram praticamente interrompidos, trazendo prejuízos e riscos à saúde de parte da comunidade. Positivamente, penso que a pandemia proporcionou um movimento nunca antes visto, em busca do conhecimento. Discussões, debates, transferência de informações foram sem precedentes, para o bem de todos. Além disso, o novo coronavírus mostrou como é essencial a criação de grupos estratégicos para enfrentar crises de maior proporção. Não podemos mais ficar expostos a riscos sem um plano de contingência ágil e eficaz na defesa da vida e da saúde.

O tratamento precoce do virus não teria evitado milhares de óbitos?
Diante de uma pandemia tudo é muito novo, especialmente no início da crise, quando o momento é de pânico. Por isso, os cuidados iniciais, em todo o mundo, foram no sentido de evitar a transmissão do vírus e a lotação das emergências e UTIS da rede hospitalar. Com a possibilidade do conhecimento sobre a doença, o atendimento precoce passou a ser defendido, em Santa Catarina, pela Associação Catarinense de Medicina (ACM) e pelo Conselho Regional de Medicina (CRM), que promoveram ação de conscientização da sociedade neste sentido, na garantia da autonomia do médico no relacionamento com o paciente, de acordo com as peculiaridades de cada caso. Certamente cada óbito representa uma perda irreparável, assim como cada pessoa salva é de valor inestimável. Diante desse cenário, penso que duas coisas são fundamentais para vencer desafios como os enfrentados numa pandemia: o aprendizado e a humildade de mudar o rumo, quando possível e necessário, para proteger a vida.

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