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Carros na Ponte Hercílio Luz: os desafios para que a mobilidade urbana não tenha prejuízo

Da Coluna de Ânderson Silva (NSC, 14/09/2020)

Os carros vão passar pela Ponte Hercílio Luz depois de quase 30 anos. Será um período de testes, segundo a prefeitura de Florianópolis e o governo do Estado. Mesmo assim, a simbologia da volta dos veículos individuais à estrutura traz uma reflexão sobre a mobilidade urbana da região. No final de 2019, ao decidir pela prioridade ao transporte coletivo, o poder público deu um sinal de que a ponte seria o símbolo de um novo olhar para o trânsito da Capital. Justamente por isso é que a aplicação dos carros precisa ser vista com cautela para que se evitem mais prejuízos ao tráfego da região.

A proposta do uso compartilhado de carros em determinados horários, com a permissão de passagem para duas ou mais pessoas, mostra-se uma boa proposta, mas com complexa efetividade. A fiscalização precisa ser contínua e não apenas nos primeiros dias. O secretário de Mobilidade Urbana da Capital, Michel Mittmann, promete um sistema tecnológico de controle nas cabeceiras.

O fracasso da liberação dos carros virá caso tenhamos imagens de fila na ponte Hercílio Luz. O mesmo congestionamento que enxergamos na Pedro Ivo Campos e na Colombo Salles transferido para outro ponto. Isso representaria um desperdício de alternativa de mobilidade. É bom lembrar que as cabeceiras da Hercílio Luz são as mesmas de 30 anos atrás, sem qualquer obra de infraestrutura para aumento da capacidade.

Em entrevista à rádio CBN Diário, o professor do Observatório da Mobilidade Urbana da UFSC, Werner Kraus Júnior, defendeu o uso moderado da estrutura: “Se a gente quiser viabilizar para o automóvel, vai acabar com toda a caracterização do fácil acesso aos pedestres, ciclistas e ônibus. Obras viárias para atender ao automóvel naquela região, ao meu ver, não são desejáveis. O local está adaptado hoje para um trânsito moderado”, afirmou.

A decisão de liberar carros veio depois de um curto tempo de avaliação do impacto dos ônibus na circulação. Foram poucos meses de trânsito “real” para um resultado prático. Mittmann disse no Bom Dia SC, da NSC TV, nesta segunda-feira, que a aplicação do transporte coletivo trouxe ótimos sinais. Teve linha com redução de até 20 minutos na duração da viagem.

Um sinal claro de que os ônibus tiveram benefícios com pistas exclusivas. A perda dessa prioridade não pode ser maior que o resultado prático já comprovado para o transporte coletivo. Caso contrário, perde-se uma oportunidade de mudança do cenário da mobilidade urbana na Grande Florianópolis.

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