Novo urbanismo para Florianópolis

Da Coluna de Estela Benetti (NSC, 08/10/2019)

A recessão afetou muito o setor de construção civil no país, mas Florianópolis enfrentou uma retração ainda maior nesse período de crise, na avaliação do Sindicato da Indústria da Construção (Sinduscon) da região. Entre os números que mostram isso, segundo a entidade, estão os metros quadrados autorizados para construção por meio da concessão de alvará.

Em 2014 foram 958.126,52; em todos os anos seguintes a média foi menor e em 2018 ficou em 622.982,62. Segundo o presidente do Sinduscon, Hélio Bairros, o atual plano diretor é muito restritivo para um urbanismo moderno, com imóveis para residir, trabalhar e se divertir para todas as classes sociais.

A prefeitura, por meio do Instituto de Planejamento Urbano (Ipuf) e Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano, informa que há uma retomada do setor de construção. De janeiro a setembro deste ano já foram aprovados 775.107,70 metros quadrados (com alvará). Além disso, houve um acréscimo de potencial construtivo de 9% e projeção de população de 700 mil pessoas em 2025. Mas o Sinduscon entende que é preciso mais.

— O plano diretor atual não permite uma urbanização sustentável. É burocrático, complexo, permite interpretação elástica dos conceitos, definições e é muito extenso. Se tornou pesado e difícil – argumenta Bairros.

Para empresários da construção, a Capital deveria permitir prédios bem mais altos em pelo menos algumas regiões da cidade. Assim, facilitaria a oferta de infraestrutura e preservaria mais a natureza. Imóveis verticais para todas as classes sociais é a saída.