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Por que o setor de gastronomia catarinense teve uma temporada pífia

Da Coluna de Estela Benetti (NSC, 25/02/2019)

O verão 2018/2019 ainda não acabou – vem aí o Carnaval – mas o setor de gastronomia de Santa Catarina já sabe que os números dessa temporada para a maioria das empresas serão iguais ou piores do que os do verão anterior. Pesquisa feita pela Associação Brasileira de Bares e Restaurantes em Santa Catarina (Abrasel-SC) apurou que de meados de dezembro até a virada do ano 47,5% dos empresários entrevistados perceberam aumento no fluxo de consumidores.

Mas entre o início de janeiro e 17 de fevereiro, apenas 26% dos estabelecimentos tinham registrado aumento no fluxo de clientes e 55% enfrentaram queda. Entre os bares e restaurantes consultados, 74% tiveram estagnação ou queda no número de clientes.

Florianópolis, que depende mais dos turistas argentinos, foi o município mais afetado: 83% das empresas tiveram movimento igual ou menor do que no verão anterior. Conforme o presidente da Abrasel-SC, Raphael Dabdab, vieram mais paulistas e gaúchos, mas não o suficiente para compensar a falta de estrangeiros.  

Os visitantes argentinos vieram em menor número porque o país passou a enfrentar uma nova crise econômica com a alta do dólar em abril do ano passado, fechando o ano com inflação de 47,6%. E a cotação do real se manteve em torno de R$ 3,7, o que não foi muito favorável aos hermanos. Além disso, a quase inércia da economia brasileira, com crescimento de 1,15% em 2018 segundo a prévia do Banco Central, mais as dúvidas sobre a evolução das reformas em 2019 fez com que consumidores limitassem gastos.

A economia de SC também cresceu em menor ritmo segundo o BC, com alta de 2,47% em 2018 frente a 4,1% em 2017. Para a próxima temporada, o turista brasileiro deverá estar mais animado se a reforma da Previdência virar realidade enquanto o argentino deve seguir com o pé no freio porque o país tem eleição presidencial em outubro e poucas condições de reverter a crise atual.

Infraestrutura

A pesquisa da Abrasel questionou também serviços de infraestrutura. Apenas a segurança melhorou para 45% dos turistas. Os demais itens pioraram. A maior queda foi sobre o trânsito, para 55% piorou. Isso desanima.

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