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O turismo e a cultura preservada

Da Coluna de Moacir Pereira (NSC, 15/10/2018)

A mais antiga atividade econômica da Ilha de Santa Catarina continua viva na preservação da pesca artesanal. Veio dos Açores e mantém-se vigorosa até hoje nas canoas de garapuvu, nas redes de arrasto, nos cestos de bambu, nas tarrafas e nas populares baleeiras.

Fonte inesgotável de ricos relatos humanos e presença permanente na literatura catarinense, como o clássico “Homens & Algas”, de Othon Gama d’Eça, a pesca artesanal ganha projeção durante badalada safra da tainha.

Entre os pontos de maior atração turística antes, durante e depois da chegada dos cardumes está na Praia do Santinho. São quatro ranchos de madeira, construídos há 200 anos, que abrigam 7 canoas de 50 pescadores da colônia. Uma das canoas tem 11 metros de comprimento, feita de um único garapuvu e há décadas desejada por Almir Klink e Dalmo Vieira para o acervo do Museu do Mar de São Francisco do Sul.

O bucólico recanto é dos preferidos dos milhares de hóspedes do Resort Costão do Santinho, o mais premiado do Brasil, o que atrai maior número de turistas (330.000 por ano) e o que gera mais emprego e renda no setor. São mais de 400 eventos corporativos, técnicos, congressuais, científicos e profissionais. Concorre com outros 20 resorts a beira-mar no Caribe, Flórida, Cancún e República Dominicana.

A Procuradoria da República entrou com ação para demolir o “Rancho do Pescador”, espaço dividido entre as canoas, os pescadores na safra da tainha e o lazer dos milhares de hóspedes do Costão do Santinho.

Autoridades, empresários, magistrados, procuradores, profissionais liberais, que já frequentaram o Costão do Santinho conhecem o valor, o visual e a maravilha daquele aprazível recanto. Todos testemunham: os ranchos não trazem nenhum prejuízo ao meio ambiente. Ao contrário!

Espera-se que a Justiça Federal, que deferiu o pedido do Ministério Público Federal, tenha sensibilidade para rever a decisão. Se não aqui em Santa Catarina, que ocorra no julgamento do recurso a ser impetrado no Tribunal Regional Federal de Porto Alegre, cujos desembargadores tem sido sensíveis à preservação das tradições, aos empreendimentos turísticos e aos investidores sérios que ajudam a desenvolver a Ilha e o Estado.

O tema, de interesse do Estado e do Brasil, será tratado hoje, às 10h, em entrevista coletiva a ser concedida pelo empresário Fernando Marcondes de Matos, presente o ministro do Turismo, Vinicius Lummertz.

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