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Espírito de praia, estilo de parque: vida urbana volta a ocupar Beira-Mar de Florianópolis

Projeto Floripa em Movimento resgata lazer à beira-mar na região central da cidade

O espirito é de praia, da cidade que se constituiu cercada pelo mar e belezas naturais. A sensação, de parque. Sob comando de Allen Rosa nas pick-ups, a engenharia de timbres que vão do drum and bass às referências eletrônicas, com variações de jazz e funk, são um convite a ocupar o gramado na Praça Sesquicentenario. Com uma das vias da Beira-Mar Norte fechada, ciclistas, skatistas e pedestres também não se intimidam em ocupar a rua. A comida vem dos foodtrucks e o pôr do sol se encarrega de completar o espetáculo. Como uma volta aos anos 1950, o florianopolitano —muito mais numeroso e heterogêneo— resgata, aos poucos, a ocupação urbana das áreas centrais da cidade numa verdadeira ode aos bons fluidos e energias que a Ilha é capaz de proporcionar.

“Isso aqui é apaixonante. Cada vez que eu venho tenho visto mais e mais gente. Eu acho que é isso mesmo que tem que acontecer na cidade, as pessoas têm que ocupar o espaço público de maneira alegre e de bem com a vida”, conta o músico e DJ Ricardo Matos, que há dois meses passou a frequentar aos domingos a Avenida Beira-Mar, onde tem integrado o lineup do Sounds in da City.

Batizado de “Floripa em Movimento”, o projeto promovido pelo município caiu nas graças do povo e a cada edição reúne uma verdadeira multidão ao longo da avenida. “Essa é uma cultura que a cidade precisava resgatar e ela acontece assim, de uma forma bem democrática e com aquilo que o público realmente quer. Um movimento que se sustenta na própria economia que ele cria aqui em volta”, contou Filipe Melo, secretário da Casa Civil, que neste domingo (2) tirou o dia de folga para curtir o clima da Beira-Mar com amigos.

A primeira edição do projeto foi realizada em maio deste ano e desde então tem servido como grande alternativa à praia ou ao shopping, até então as principais atrações dos domingos florianopolitano. As atividades gratuitas de recreação, esportes e cultura, que iniciam às 9h e seguem até o entardecer.

As irmãs Raquel Vela, 42, e Paula Vela, 40, lembra com certo saudosismo das histórias e das tardes de domingo na casa dos avós, na Bocaíuva. Numa antiga Florianópolis, até os anos 1950, lembram, a principal atração na região eram a praia de Fora, a do Müller e a de São Luís, onde sete trapiches ao longo da Baía Norte mostravam a ligação que o morador local tinha com o mar. No último domingo, elas voltaram ao lugar onde brincavam quando criança, na companhia da sobrinha Beatriz. “Voltamos ao quintal de casa”, brinca Raquel.

“Aqui está bem gostoso, um pouco diferente de quando éramos pequenas, mas muito bom. Depois de uma semana estressante de trabalho nada melhor do que sentar na grama, conversar, ouvir música e curtir o pôr do sol”, emenda Paula.

Os aterros de 1960 e 1980, que sepultaram as praias ao longo da baía norte na região central, ampliaram a urbanização de Florianópolis e serviram de suporte para a construção da avenida Beira-Mar Norte, uma das principais vias cidade. Durante os anos que se seguiram após o aterro, com a proliferação de prédios e empreendimentos de alto padrão com vista para o mar, a Beira-Mar caiu no esquecimento do morador local, sendo referenciada somente como endereço dos mais abastados ou como via de passagem.

O sonho de ver as águas balneáveis como em outros tempos ainda é um sonho, mas estar de frente para o mar, em local de fácil acesso e se distinção de público parece um primeiro passo para se alcançar projetos mais ousados para aquela região da cidade.

Mistura de ritmos eletrônicos se consolida

Na esteira do processo de ocupação da Beira-Mar Norte está um dos projetos culturais mais bem sucedidos da cidade: o Sounds in da City. Com o objetivo de levar música eletrônica de forma livre e ao ar livre. O projeto que já completa sete anos de estrada, agora tem endereço certo todos os domingos no bolsão da praça Sesquicentenario, junto à estação de tratamento da Casan.

Liderado pelo DJ Allen Rosa, o projeto tem conseguido unir diferentes públicos, de distintas classes sociais, sob o alicerce da diversidade musical. Ao mesmo tempo serve também de plataforma para a formação e apresentação de novos artistas na cidade. Coincidentemente ou não, as primeiras apresentações do Sounds aconteceram justamente na Beira-Mar Norte, onde se manteve por praticamente dois anos de forma ininterrupta no Trapiche (praça de Portugal).

(Notícias do Dia, 02/07/2017)

 

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