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Novelas da urbe

(Por Sergio da Costa Ramos, DC, 05/09/2015)

Toda vez que a Ilha de Santa Catarina precisou de uma obra transformadora, em processos que alteravam a sua geografia urbana, esta obra não se consumou sem embaraços, confusões, perturbações, escândalos e vergonhas.

Marco da consolidação política da Capital, a ponte Hercílio Luz tinha a clara oposição das lideranças que propugnavam pela mudança da Capital para o interior – para Lages ou até Caçador.

Apesar da lisura pessoal do seu mentor, a ponte acabou envolvida em escândalo, quando o banco contratado para prover os recursos – o americano Imbrie & Co. – faliu espetacularmente, sem honrar o empréstimo contratado de US$ 5 milhões, deixando como mico a dívida representada pelos títulos de igual valor. Restou a Hercílio incorporar o “mico” e contratar novo empréstimo, também de US$ 5 milhões. As quantias, somadas, representavam mais do que o orçamento anual do Estado para o ano de 1920.

A segunda ligação Ilha-continente, construída entre 1971 e 1974, ergueu-se sob a regência de aguda polêmica: se era para expandir a ilha com tamanho “acrescido” de aterro mecânico, melhor seria erguer logo duas pontes paralelas. Cada uma ao custo de US$ 20 milhões, a preços da época.

Se da sobeja integridade do governador Colombo Salles não pairasse qualquer dúvida, seu projeto – de duas pontes e um porto oceânico em Anhatomirim – naufragou, degolado pelo diretor-geral do DNER, Eliseu Resende, que “amputou” uma das pontes.

A ponte Pedro Ivo Campos, necessária já em 1970, foi erguida apenas na última metade dos anos 1980 e concluída em 1991, com pompa, fanfarras e a batuta do doutor Ulysses Guimarães. Festa que não conseguiu abafar o ruído do episódio conhecido como “Orofinogate”.

A Via Expressa Sul – mais o respectivo túnel – “consumiu” outros 10 anos da Ilha-Capital, concentradamente no governo de Paulo Afonso, ao embalo de um novo e rumoroso escândalo – o das Letras do Tesouro. A obra que deveria consumir dois anos, levou 10 – e atravessou três governos.

O acesso ao novo aeroporto e ao sul da Ilha – a “continuação” da Via Expressa Sul – já amarga outros 15 anos de atraso, congelado pela paralisia e pela ausência de vontade dos potentados de plantão, desde que o Trevo da Seta se estabeleceu como improvisada “meia-sola” , o provisório que, por inércia, se transformou em permanente.

 

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