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Ainda não delimitado e sem fiscalização, Parque da Galheta tem área ampliada para a Fortaleza

Vista do alto, a ondulação de leste com entrada de séries perfeitas à esquerda prometia compensar a caminhada ao canto direito da Galheta. Mesmo assim, a pedagoga Luana Longhi, 32 anos, relutou por alguns momentos até encarar o resto da trilha e passar parte da tarde de sexta-feira na espera para mostrar suas habilidades com a prancha. Minoria absoluta dentro d’água, o que a incomoda não são apenas as pichações grosseiras nos rochedos dos costões.

Luana lamenta, principalmente, o comportamento inadequado de quem confunde naturismo com sacanagem, como comprovam as incontáveis embalagens de preservativos entre o lixo deixado pelo caminho. “Muita gente pensa que praia de nudismo é para sexo”, diz a educadora, que mora na Fortaleza da Barra, no outro lado do morro, e perdeu a coragem de levar o filho de nove anos para vê-la surfar.

Assédio é outra situação constrangedora que Luana constata frequentemente na Galheta, e a razão disso ela sabe muito bem. “Só vai mudar quando for, efetivamente, parque municipal, com plano de manejo para zoneamento das atividades de turismo, surfe, naturismo e pesca”, ensina.

Segundo a educadora, a ampliação da área territorial não é suficiente para preservar a unidade de conservação ambiental e os sítios arqueológicos da Galheta. “É preciso fiscalização, definir os objetivos do parque, sua importância científica e comunitária”, argumenta.

Aprovado na sessão da última terça-feira, o projeto que amplia a área do parque em mais 102,28 hectares (de 141,73 para 244,01) ainda não teve redação final aprovada pela CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara de Vereadores. Só depois, será encaminhado para ser sancionado ou vetado pelo prefeito César Souza Junior (PSD), que legalmente tem 15 dias para se manifestar.

Os novos limites ainda não foram definidos oficialmente, mas, pela proposta original, o parque cresceu em direção à outra vertente do morro da Galheta, em direção à Fortaleza da Barra. Os limites de propriedades particulares foram respeitados, para evitar desapropriações e pagamento de indenizações, com exclusão de áreas próximas ao canal e à Prainha, na Barra da Lagoa.

Parque depende de adequações

Pode demorar, mas o diretor de fiscalização da Floram (Fundação Municipal do Meio Ambiente), geógrafo Bruno Palha, 40 anos, argumenta que foi dado o primeiro passo para implantação do plano de manejo e adequação do parque ao SNUC (Sistema Nacional das Unidades de Conservação). “Foi feita consulta pública e verificadas existência de ambientes que justificavam a ampliação da área protegida, como as oficinas líticas do sítio arqueológico”, explica.

A presença efetiva da fiscalização, de acordo com Palha, depende desta adequação e da locação de recursos específicos. O mais importante neste momento, na avaliação do técnico da Floram, é a definição dos novos limites, a demarcação e o plano de manejo para definir as diretrizes de uso do parque. “Serão realizados estudos técnicos da vocação de cada espaço, para desenvolvimento de atividades de turismo, surfe, culturais e científicas devidamente integradas com o naturismo”, diz Palha.

PARQUE DA GALHETA

Área atual: 141,73 ha

Área incorporada: 102,28 ha

Nova área: 244,01 ha

(Notícias do Dia Online, 11/10/2014)

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