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Afastado da Comcap, Ricardo Vieira diz que não cometeu ilegalidades e que sua gestão foi eficiente

[Por  Notícias do Dia Online, 26/03/2014]

Existem duas maneiras de se privatizar um serviço público: vender ações para o meio privado ou tornar o serviço ineficiente. A definição é do vereador licenciado Ricardo Camargo Vieira (PCdoB), que entre 2 de dezembro de 2013 e 17 de março deste ano presidiu a Comcap (Companhia de Melhoramentos da Capital). Na terça-feira, o Notícias do Dia mostrou que o déficit da empresa responsável pela limpeza, conservação e coleta de lixo na cidade já ultrapassa R$ 100 milhões.

Ricardo deixou a presidência sob a suspeita de ter empregado R$ 685 mil em aquisições e serviços que não estariam entre as prioridades da empresa de economia mista que tem apenas a Prefeitura de Florianópolis como cliente. Ele nega ilegalidades, e diz que seu objetivo era o de modernizar e tornar a Comcap rentável.

O vereador licenciado já dirigiu e coordenou o Hospital Florianópolis, e coordenou parte do curso de medicina da Unisul. Ele nega ilegalidades na Comcap e diz que o endividamento da empresa, em grande parte, se deu pela falta de repasses da prefeitura.

O médico, com especialização na área sanitária, ainda não sabe quando volta para a Câmara. Suspenso temporariamente pelo partido – não representa o PCdoB até que sua situação seja analisada por uma comissão de controle -, ele está impossibilitado de usar a plenária durante o tempo partidário e está vetado das reuniões das lideranças, caso volte para a Câmara antes de uma definição do partido. Veja abaixo a entrevista exclusiva ao Notícias do Dia.

As suspeitas de ilegalidades vieram de dentro da própria Comcap. O senhor teria feito aquisições que não condizem com as prioridades da empresa, O senhor se sente traído?

Entrei na Comcap com uma missão de superar a crise na companhia. Identifiquei todos os problemas e apontei as soluções. Deixei a Comcap com um espólio para sair do problema. Espero que analisem esses documentos, pois não cometi ilegalidades.

Entre as aquisições apontadas estão a contratação de um software, entre outras despesas que teriam onerado ainda mais a companhia. O senhor confirma essas informações?

O software custaria cerca de R$ 20 mil mensais e serviria para que a cidade pudesse ter controle dos resíduos coletados. Os planos seriam a implantação do único aterro dos resíduos da construção civil de Florianópolis e São José, que poderiam render até R$ 250 mil por mês à empresa. Identifiquei todos os nós e ações para a Comcap.

A dívida da Comcap chega a R$ 100 milhões. A que o senhor atribui este passivo, que foi herdado quando assumiu a companhia?

Eu pedi o reparcelamento da dívida, é a única saída que a prefeitura tem. Eu mesmo contestei as dívidas com fornecedores, pois são dívidas irregulares. Só em 2012, foram contratados R$ 22 milhões sem licitação. Todos os meses, a empresa gasta em torno de R$ 400 mil com manutenção de caminhões, o que daria para comprar dois caminhões por mês. Eu é que pergunto: por que a Comcap ainda não saiu dessa situação?

Como a empresa poderia reverter o quadro negativo? Quais eram seus planos?

Eu tratei com a UFSC e com hospitais da região para que a Comcap pudesse firmar convênios, que renderiam cerca de R$ 1 milhão por mês.

Como o senhor viu a sua gestão sendo colocada sob suspeita?

Em parte me senti oprimido quando começaram a ventilar suposições contra mim. Mas todas as acusações são mal explicadas. Que avaliem se cometi irregularidades. A minha gestão, eu digo, foi a mais eficiente.

 

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