Na manhã desta sexta-feira, pescadores artesanais do Campeche revoltaram-se ao avistar próximo da costa barcos industriais em ação em plena época de defeso da tainha. Combinado à atividade dos grandes barcos, um cardume de tainhas teria sido avistado aproximando-se da costa. O peixe, no entanto, só poderá ser pescado a partir do dia 15 deste mês.
Pescadores do Sul da Ilha de Santa Catarina teriam avistado mais de 200 mil tainhas na praia. No entanto, nenhuma rede artesanal pode ser lançada ao mar.
— Dá para ver as tainhas pulando. Cerca de 60 por vez — disse o pescador Ari José Martins, 76 anos.
Em época de defeso, o que resta a Martins é esperar a liberação e torcer para que os peixes fiquem pela região. O receio dos pescadores locais é de que os cardumes caiam nas grandes redes dos barcos atuneiros.
De forma ilegal, eles ancoram a menos de 800 metros da costa para pescar isca viva, o que também é proibido nesta época do ano. No dia 2 de maio, o fotógrafo do Diário Catarinense Guto Kuerten flagrou a ação desses barcos também na Barra da Lagoa e, desde então, há relatos de moradores da ação em diversas praias da Ilha.
A fiscalização deve ser feita na costa pela Polícia Ambiental e Ibama, que não se deslocaram ao Campeche até as 9h30min desta sexta.
(DC, 10/05/2013)
Polícia Federal, Ambiental e Ibama não atenderam ocorrência de pesca ilegal por falta de lancha e efetivo
Na manhã desta sexta-feira, em época de defeso da tainha, mais embarcações foram avistadas no Campeche, em Florianópolis, praticando a pescal ilegal desde às 6h, mas até as 11h50min, órgãos ambientais responsáveis pela fiscalização não atenderam a ocorrência por falta de lancha e efetivo.
O flagrante revoltou pescadores artesanais do Campeche, que chegaram a avistar, próximo da costa, barcos industriais em meio a um cardume de cerca de 200 mil tainhas. Todos os órgãos foram avisados, mas nenhum chegou até o local.
O setor de pesca do Ibama informou que estava sem efetivo. Os agentes estariam no Sul do Estado, sem embarcação, e que retornariam depois das 14 horas desta sexta-feira. Na Polícia Militar Ambiental não havia ninguém que pudesse atender. Segundo o cabo que atendeu a reportagem por telefone, os únicos três policiais de trabalho estavam em uma ação em Canasvieiras, no Norte da Ilha, e não poderiam chegar até o Sul.
A Polícia Federal, que geralmente é chamada para dar suporte ao Ibama, também não pode ajudar. Segundo o agente Anderson Arias, do núcleo de polícia marítima, a equipe estava em Itajaí e não havia embarcação disponível.
_ Além da falta de estrutura, a denúncia chegou com pouca informação. É muito importante que as pessoas tentem identificar o nome da embarcação, assim, é possível chegar aos infratores no desembarque, o que não foi possível neste caso_ informou o agente.
(DC, 10/05/2013)
Faltou fiscal na Ilha
Uma polícia sem policiais e um núcleo marítimo sem embarcação. Esta era a situação dos órgãos de fiscalização pesqueira na manhã de ontem, em Florianópolis, quando barcos atuneiros jogaram suas redes próximo à costa do Campeche, no Sul da Ilha, o que é proibido até 31 de julho em razão da temporada da tainha.
Sem poder impedir a ação, pescadores artesanais lastimavam o que viam e pediram a ajuda do Ibama e das polícias Federal e Ambiental, mas nenhum deles atendeu a ocorrência.
Da praia os pescadores também avistavam a passagem de cerca de 50 mil tainhas mar adentro (eles observam a quantidade pela mancha de peixes na água). Mesmo não podendo jogar suas redes até o dia 15, por conta do defeso, os pescadores artesanais tinham esperança de que pelo menos um dos três órgãos de fiscalização pudesse impedir a ação dos barcos e evitar a fuga do pescado. Mas não foi assim.
Getúlio Manoel Inácio, 62 anos, presidente da Associação dos Pescadores do Campeche, recebeu a mesma resposta, que segundo ele, ouve há anos: não há efetivo.
– Estas embarcações precisam ser punidas, senão nossa pesca vai acabar – lamenta Inácio.
(DC, 11/05/2013)
Órgãos alegam falta de estrutura
Segundo o presidente da Associação dos Pescadores do Campeche, há mais de 10 anos eles ligam denunciando e sempre recebem respostas negativas.
A informação repassada pelas Polícias e pelo Ibama logo após a ocorrência de ontem confirma a falta de estrutura. Todos os poucos agentes disponíveis – seis da Federal e seis do Ibama – não estavam em Florianópolis e três policiais da Ambiental estariam em Canasvieiras sem poder se deslocar. Equipamentos básicos para estes serviços, como lanchas também não estavam à disposição.
– Não podemos ir até o Campeche porque o efetivo estava deslocado no Sul do Estado, em operações de fiscalização – informou o funcionário do setor de pesca do Ibama, Arno Hübbe Filho, já que o chefe da área também estava em viagem.
Nem a Polícia Federal, geralmente chamada para dar suporte ao Ibama por ter maior estrutura, pôde ajudar. Segundo o agente Anderson Arias, do Núcleo de Polícia Marítima, a equipe estava em Itajaí e não havia embarcação disponível.
– A denúncia chegou com pouca informação. É importante que as pessoas tentem identificar o nome da embarcação para chegarmos aos infratores no desembarque o que não foi possível neste caso já que não temos estrutura para atender as ocorrências na hora e pegar o flagrante – informou o agente.
GETÚLIO MANOEL INÁCIO
Presidente da Associação dos Pescadores do Campeche
Estas embarcações precisam ser punidas, senão nossa pesca vai acabar ou pelo menos estes órgãos parem de mentir que há fiscalização, quando não há.
ARNO HÜBBE FILHO
Funcionário do setor de Pesca do Ibama
Não podemos ir até o Campeche porque o efetivo estava deslocado no Sul do Estado.
ANDERSON ARIAS
Agente do Núcleo de Polícia Marítima da Polícia Federal
É importante que as pessoas tentem identificar a embarcação, assim, podemos chegar aos infratores no desembarque, o que não foi possível neste caso por não termos estrutura para pegar o flagrante.
(DC, 11/05/2013)
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