Como a inovação pode transformar os locais onde as pessoas moram, trabalham e convivem será o tema do seminário Cidades Inteligentes, Cidades do Futuro, que ocorrerá na próxima terça-feira na Capital.
Pesquisadores brasileiros, do Massachusetts Institute of Technology (MIT), da Finlândia e de Portugal vão apresentar conceitos, tecnologias e atitudes que podem transformar as relações das pessoas com as cidades onde elas residem.
Mobilidade urbana, acesso a serviços, qualidade de vida e integração cultural e social estão entre os assuntos que serão debatidos no encontro promovido pela Prefeitura de Florianópolis em parceria com o Ágora Lab e a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (Fecomércio) de Santa Catarina.
De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), em 2050, a população que vive em cidades irá crescer 86% em países desenvolvidos e 64% em emergentes.
A previsão é um alerta para a forma como as cidades irão enfrentar desafios como sustentabilidade energética, mudanças climáticas, novas dinâmicas demográficas, instabilidades financeiras, problemas de saúde e do envelhecimento, além do fornecimento de água potável e segurança alimentar.
Cidades precisam de soluções inovadoras
Muitas cidades já conseguiram superar alguns desses desafios com a adoção de soluções criativas e inovadoras. Algumas delas terão suas experiências apresentadas no seminário.
Entre os palestrantes do seminário está o brasileiro Eduardo Moreira da Costa, diretor geral do Ágora Lab, e o diretor do grupo de pesquisa Changing Places, do MIT, Kent Larson, que ministrará palestra sobre arquitetura, design urbano e sistemas de mobilidade.
Um dos projetos desenvolvidos por Larson é o Hiriko, um veículo inteligente que ocupa um terço do tamanho de um veículo comum.
(DC, 31/05/2013)
“Cidades podem mudar seu futuro”
O secretário, que também atua como conselheiro da Fundação de Amparo à Pesquisa de SC, falou ao DC por e-mail sobre a implantação na Capital de projetos que compõem os eixos de uma cidade inteligente.
Diário Catarinense – Florianópolis pode ser uma cidade inteligente? Como?
Rui Luiz Gonçalves – Assim como as pessoas, todas as cidades podem mudar seu futuro. Estamos buscando subsídios e informações para que possamos desenhar o planejamento de uma cidade inteligente que ofereça um futuro com mais oportunidades, qualidade de vida e desenvolvimento para quem escolher Florianópolis para morar, visitar, trabalhar e investir.
DC – Já existem projetos relacionados a cidades inteligentes em desenvolvimento pela Prefeitura?
Gonçalves – Sim. São ações na saúde e na educação com indicadores que colocam Florianópolis entre as melhores cidades do país nessas áreas. Outros projetos que atendem os seis eixos de cidades inteligentes são o de sistema de bicicletas compartilhadas e o Rota da Inovação, entre outros.
DC – Quais são as propostas da Prefeitura para aplicar o conceito de cidades inteligentes?
Gonçalves – Para ampliar a efetividade dessas ações, iremos criar o Plano Florianópolis Inteligente. Esse plano aliará as melhores práticas mundiais ao respeito à realidade e peculiaridades locais.
DC – O quanto o fato de parte da Capital ser uma ilha é um limitador?
Gonçalves – A geografia de Florianópolis pode impor algumas dificuldades, especialmente para a implantação dos sistemas de mobilidade. Essa variedade de ambientes é um estímulo para encontrar e aplicar soluções ainda mais criativas que se adaptam a diferentes necessidades e demandas.
DC – Como a sociedade civil pode contribuir para que o município trilhe o caminho para ser inteligente?
Gonçalves – Um dos seis eixos estruturantes da cidade inteligente são as pessoas inteligentes. Para isso, os cidadãos não podem abrir mão de participar da vida pública, acompanhando, cobrando e sugerindo melhorias e ações para a administração pública. As pessoas também precisam procurar conhecer outras realidades, buscar informações e transitar em diferentes ambientes, enriquecendo suas experiências.
(DC, 31/05/2013)