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“Faltou metodologia ao Plano Diretor”

ENTREVISTA com Zena Becker, presidente da associação Floripamanhã e coordenadora de mobilidade do Comdes.

O Conselho Metropolitano para o Desenvolvimento da Grande Florianópolis (Comdes) apresentou esta semana, na Câmara de Vereadores, duas publicações em comemoração ao aniversário de 287 anos de Florianópolis. Tanto o livro Estudos sobre o Plano Diretor quanto o Estudo Complementar para a Implantação do Plano de Ordenamento Náutico do Município de Florianópolis visam a contribuir para o planejamento sustentável de uma cidade à beira-mar.

Confira a entrevista com a coordenadora de mobilidade do Comdes e presidente da Associação Floripamanhã,

Zena Becker.

Diário Catarinense – Qual o objetivo dos estudos elaborados pelo Comdes e Floripamanhã?

Zena Becker – O Plano de Ordenamento Náutico visa a preservação do ambiente costeiro da cidade e o desenvolvimento de atividades como o transporte aquático. A outra publicação é o estudo sobre o Plano Diretor, em que entidades técnicas, como o Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU) e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), dão o seu parecer sobre o texto do anteprojeto e sugestões.

DC – Como o poder público pode utilizar as duas publicações?

Zena – Esses estudos têm o objetivo de serem subsídios para a prefeitura concluir o projeto de Plano Diretor e implantar o Plano de Ordenamento Náutico, tão esperados pela sociedade. É bom lembrar que, na análise do anteprojeto do Plano Diretor, em nenhum momento se questionou metodologia ou estão incluídos os pedidos de todas as comunidades, mas sim, foram verificadas as questões legais, se leva em conta a temática do gerenciamento costeiro, saneamento, urbanismo e mobilidade.

DC – Por que o governo tem dificuldades em concluir o projeto do Plano Diretor?

Zena – Faltaram metodologia e gestão política no processo de elaboração que começou em 2006. Ouviram muitas comunidades e a antiga administração não soube separar o que eram as demandas locais, como conserto de buraco de rua – questão que não entra no plano –, o que eram estratégia e política pública. É possível o novo governo concluir este ano o projeto, desde que designe uma equipe técnica que possa terminar e se livrar dos ranços políticos. Tem que organizar uma equipe exclusiva para o Plano Diretor.

DC – O que é preciso para oficializar o Plano de Ordenamento Náutico?

Zena – Para ser implementado o plano que elaboramos, basta o decreto do prefeito. Isso porque fizemos um estudo científico, com um levantamento de todas as atividades marítimas, desde turismo e pesca, depois realizamos oficinas com a comunidade, mostrando os conflitos e discutindo sugestão de soluções. O estudo aponta as vocações de cada região.

(DC, 23/03/2013)

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