Papo cabeça com Zena Becker: Mobilidade e plano diretor serão desafios da campanha, observa a presidente da Associação FloripAmanhã sobre a eleição deste ano

(Da coluna de Carlos Damião, ND, 08/07/2012)
“Uma cidade mais criativa, contemporânea, preservada e acima tudo com pensamento de longo prazo”. Essa é, em síntese, a expectativa da Associação FloripAmanhã, presidida por Zena Becker, em relação ao futuro da capital catarinense, qu e pode ser desenhado a partir da eleição do novo prefeito, em outubro deste ano. O trabalho da ONG vem ganhando força desde sua fundação, há sete anos, com a participação de empresários, pesquisadores, urbanistas e profissionais de outros segmentos que se preocupam, voluntariamente, com os destinos de Florianópolis.
Qual a repercussão da FloripAmanhã atualmente? A instituição conseguiu se impor no contexto das discussões sobre a cidade?
Nestes quase sete anos de atuação, a Associação FloripAmanhã vem crescendo em credibilidade e reconhecimento do seu trabalho. Temos representações em 13 Conselhos, Comitês ou Grupos que discutem temas relacionados à cidade. Através deste diálogo e mostrando iniciativa estamos sendo respeitados nos debates sobre questões importantes para Florianópolis. Nos destacamos no papel de buscar a articulação entre diferentes atores para a construção de soluções e esta capacidade de diálogo tem trazido bons resultados para a cidade.
A participação não é restrita a empresários ou dirigentes de entidades. Vocês sentem que há um interesse do chamado “setor pensante” da cidade na FloripAmanhã?
A FloripAmanhã foi fundada por iniciativa de cidadãos conscientes, dos mais diversos setores, que amam Florianópolis e que estão preocupados com o futuro da cidade, principalmente quanto ao crescimento desordenado. Observamos grande interesse do chamado “setor pensante” da cidade porque a FloripAmanhã hoje já uma referência não só para este grupo mas para toda a cidade. Hoje temos um conselho Consultivo formado por 30 pessoas de diversos segmentos que forma um grupo de “inteligência” para discutir os problemas de desenvolvimento de Florianópolis e preocupados em estimular o desenvolvimento planejado da cidade, com participação em projetos como “Floripa 2030 – Estratégias para o Desenvolvimento”.
Do ponto de vista institucional, os governos têm respeitado e participado dos debates?
Os governos têm respeitado e participado dos debates, sempre encaminhando seus técnicos das áreas específicas. Estes técnicos participam e contribuem muito nestas discussões. Porém, percebemos que pela falta de uma gestão pública eficiente e grande influência político-partidária os debates ficam prejudicados quanto aos resultados que desejamos alcançar.
A campanha eleitoral está começando. Quais os grandes temas que deverão nortear a campanha dos candidatos a prefeito?
Não temos dúvidas que os grandes temas serão mobilidade e plano diretor. Hoje o maior problema de Florianópolis é a falta da aprovação de um plano diretor. Porque uma cidade em crescimento como a nossa precisa de um norteador, ou seja, um plano diretor que defina como a cidade deve crescer. O plano atual está defasado, antigo. Com um rumo bem definido podemos buscar o desenvolvimento sustentável, ou seja: econômico, social e ambiental.
Qual a expectativa da FloripAmanhã em relação ao prefeito que for eleito em outubro? Dá para ter esperança quanto ao futuro da cidade?
Claro que temos esperança no futuro. Jamais achamos que Florianópolis é uma cidade sem futuro. Portanto nossa expectativa é que o futuro prefeito trabalhe para termos uma cidade mais criativa, contemporânea, preservada e acima tudo com pensamento a longo prazo.