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Na calada da noite

(Por João Carlos Mosimann*, DC, 27/06/2012]
Recentemente, o jornalista Moacir Pereira fez referência em sua coluna às alterações do Plano Diretor de Florianópolis engendradas na calada da noite. A manobra não é original, nem exclusividade desta ou daquela administração, mas costuma intensificar-se nas vésperas de eleições.
É o que se observa, atualmente, na Capital. Obras aprovadas em locais nunca imagináveis, gabaritos e recuos que fogem aos padrões das normas, prédios comerciais em becos sem saída de dois metros de largura, calçadas e estacionamentos privativos de novas obras ocupando acostamentos, como no Córrego Grande.
Foram quase 500 as leis alterando zoneamento e gabarito nos últimos anos, privilegiando algumas poucas construtoras e contribuindo para o inferno da imobilidade de centenas de milhares de veículos.
Sem nenhuma transparência, sem que o cidadão ou a imprensa tenham acesso ao nome dos privilegiados incorporadores. Na calada da noite.
Enquanto isso, o novo Plano Diretor dorme em berço esplêndido, acalentado por eterno banho-maria.
A essas aberrações urbanísticas seguem-se medidas que escancaram, despudoradamente, o casuísmo reinante.
Há pouco tempo enumerávamos as indefectíveis e intocáveis confrarias da Ilha, entre elas a do Mercado Público de Florianópolis.
E finalmente veio ao público a dívida milionária de 32 de seus boxes, boa parte inadimplente ao longo dos oitos anos da atual administração, sem nenhum registro no Serviço de Proteção ao Crédito (SPC).
Quando a população esperava que pelo menos a metade fosse despejada e uma nova licitação acabasse com a venda de sapatos naquele tradicional e secular espaço público, eis que o problema é arranjado administrativamente.
E todos os inadimplentes são beneficiados com mais dois anos de anistia para continuar participando da confraria, numa indulgência geral.
Depois de um Padre-Nosso e duas Ave-Marias, todos podem voltar a pecar. Na calada da noite…
* João Carlos Mosimann é engenheiro e historiador
 

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