Gustavo Kuerten roubou a cena na apresentação do projeto da nova ligação entre a Ilha e o Continente, e cobrou maior participação popular nas decisões sobre obras e projetos em Florianópolis.
Para uns, foi uma raquetada. Para outros, uma devolução. A presença de Guga Kuerten, ontem, em dois momentos políticos ligados à cidade, mostrou sua preocupação com o futuro de Florianópolis. No início da tarde, em audiência pública sobre as obras na Ponte Hercílio Luz, o ex-tenista profissional saiu em defesa do principal cartão postal. Mais tarde, no Centro Administrativo do Estado, foi para cima do projeto da quarta ponte, ligação Ilha-Continente, sugerindo a participação dos moradores da cidade na escolha de suas obras.
– O Avaí pode cair. A ponte não – falou informalmente na Assembleia Legislativa, comparando a situação de seu time, o Avaí, ameaçado de voltar para a segunda divisão do futebol brasileiro, e o monumento de 85 anos.
Em seguida, na coletiva em que o governador Raimundo Colombo assinou a ordem de serviço para o contrato do projeto executivo da quarta ponte, questionou:
– Será que essa obra vai resolver o problema do trânsito em Florianópolis? Primeiro a cidade deveria aprovar o seu Plano Diretor – sugeriu.
Indagado sobre sua presença na entrevista coletiva, Guga explicou que não estava ali como empresário ou candidato a cargo político:
– Estou aqui como manezinho enraizado em Florianópolis, trazendo algo que reverbera nas ruas e que ganha mais amplitude. A cidade precisa participar mais das decisões, e eu venho como cidadão.
Guga reconheceu a maquete eletrônica como “um projeto muito bonito e futurístico”, mas lembrou:
– A gente está sendo empurrado para algum lugar. Eu faço críticas construtivas ao governo, pois entendo que a gente não deva se afastar da política. Acho importante discutir obras desse porte, senão, daqui a cinco anos, a gente vai notar que foi insuficiente.
Depois da entrevista, Guga conversou com o governador Raimundo Colombo, a quem reiterou o que havia conversado com os jornalistas.
Na apresentação, o governador Colombo enumerou problemas da mobilidade urbana. Disse que SC está chegando a 1 milhão de motocicletas e mais de 3 milhões de veículos.
Explicou que a nova ponte tem 1,6 mil metros de cumprimento – com quatro faixas em cada sentido – e 45 metros de largura. Uma faixa exclusiva para o transporte coletivo, passarela para pedestres e ciclovia na ponte e em toda a extensão da via.
O governador afirmou que o projeto executivo deverá ser finalizado até o segundo trimestre de 2012. Para o terceiro semestre, com a finalização da primeira etapa, será lançada a licitação. As obras começariam no quarto trimestre de 2012. A obra, estimada em R$ 1,1 bilhão, será feita por meio de uma parceria público-privada.
(Por Angela Bastos, DC, 08/11/2011)
Hercílio Luz perde prestígio
A audiência sobre a restauração da Ponte Hercílio Luz, ontem, na Assembleia Legislativa, mostrou que a travessia perde o brilho nas prioridades do governo. Novos atrasos foram assumidos, e a promessa de terminar a obra em 2014 sumiu do discurso.
O secretário Valdir Cobalchini afirmou que cadastrará o projeto de captação de recursos pela Lei Rouanet neste mês. Ele reconheceu que o prazo só será cumprido com verba externa.
Cobalchini se resumiu a abrir o debate – tinha um compromisso mais esperado, o lançamento da quarta ponte – e deixou o presidente do Departamento de Infraestrutura, Paulo Meller, em seu lugar. Mas Meller também saiu. Coube à Prosul, supervisora da restauração, responder a lideranças comunitárias e empresariais.
Na audiência, foi esclarecido o porquê do Consórcio Monumento ter freado o estaqueamento dos 16 pilares que sustentarão a estrutura provisória, para evitar a queda da ponte. Como a profundidade era maior do que a esperada, gerando mais custos, as empresas solicitaram um aditivo de R$ 12 milhões sobre o contrato, e só retomarão o ritmo normal quando sair o aditivo. Mesmo que a operação fosse retomada hoje, a estrutura ficaria pronta no final de 2012, e não em agosto, como prometido.
Cobalchini encarou a atitude como pressão e foi categórico ao dizer que não aceitará imposições para acelerar a assinatura do aditivo. O secretário quer ter certeza da necessidade. Afinal, a ideia é investir o mínimo possível. A criação de uma entidade que captaria o recurso foi afastada. Será usada outra instituição atrelada ao Estado.
Enquanto o governo não agiliza, o Consórcio Monumento trouxe de novo o especialista em ponte pênsil Khaled Mahmoud para reforçar o temor sobre o risco de queda da Hercílio Luz. Muita gente ficou assustada. Os representantes do governo, nem tanto.
(Por Roberta Kremer, DC, 08/11/2011)
VÍDEO: confira a maquete eletrônica da quarta ponte que deve ser construída em Florianópolis
Obra de R$ 1,1 bilhão deve ficar pronta em 2016
Nesta segunda-feira o governador Raimundo Colombo se reuniu com autoridades para a presentar a maquete eletrônica da quarta ponte que deve ser construída em Florianópolis. O encontro foi no Teatro Governador Pedro Ivo, no Centro Administrativo, na SC-401.
A maquete eletrônica apresenta a ponte e como vai ficar a área aterrada nas cabeceiras. Ao todo, o projeto deve custar R$ 1,1 bilhão, em um sistema de parceria público privada, e ficar pronto em 2016.
>> Confira o vídeo com a maquete eletrônica
(DC, 07/11/2011)
Governo do Estado apresenta a 4ª ponte de Florianópolis
Com o objetivo de melhorar a mobilidade urbana da Grande Florianópolis, a nova ligação Ilha-Continente foi apresentada, nesta segunda-feira (7), pelo governador Raimundo Colombo e pelo vice Eduardo Pinho Moreira em entrevista coletiva à imprensa, no Teatro Pedro Ivo, em Florianópolis. No evento, Colombo autorizou a liberação do edital para contratação do Estudo de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental (Evtea), Estudo de Impacto Ambiental (EIA-Rima), Projeto básico e Plano de Negócios para a construção da 4ª ligação Ilha-Continente-BR 101. O total de investimento para o complexo está estimado em R$ 1,1 bilhão e deverá ser concluído em duas etapas. A primeira em 2014 e a segunda até 2016.
O governador disse que a mobilidade urbana não é um problema exclusivo de Florianópolis. “Essa questão de mobilidade urbana passou a ser um drama para todas as pessoas, em todas as cidades do Brasil. A nova ligação Ilha-Continente de Florianópolis é fundamental para o desenvolvimento econômico da região e, consequentemente, do Estado. Não podemos mais esperar”, enfatizou Colombo.
A nova ponte terá oito pistas, com 45 metros de largura e 1,6 km de comprimento, passarela para pedestres e ciclovias em toda a extensão da via, no mesmo nível da pista de carros. A extensão total do acesso, incluindo a ponte, é de 8,5 km e o projeto também prevê uma via expressa, de alta velocidade, com acesso a BR-101. O trânsito local será feito por vias marginais e o acesso do sistema viário à via expressa será feito por viadutos.
Toda a construção do sistema viário ficará sobre um aterro hidráulico de 2,7 milhões de metros quadrados, sendo 70% de área comum e 30% de área privada que poderá ser comercializada por empreendedores que financiarão a obra, em modelo de Parceria Pública Privada (PPP). “É uma obra viável economicamente e que trará bastante beneficio à população”, informou o governador.
Trajeto
O sistema viário contará com uma Via Expressa, permitindo a ligação da BR-101 ao Norte até a Avenida Beira-mar Norte. Além de uma via local integrando a Via Expressa aos bairros de São José e da região continental de Florianópolis. Toda a via contará com um programa de arborização urbana, paisagismo adequado, sendo 30% do total do aterro com áreas verdes; além de grandes parques metropolitanos com 80 hectares, bolsões de estacionamentos e áreas de lazer. A população terá à disposição pista de caminhada, área para prática de esportes, praças, marinas e concha acústica.
O projeto chama a atenção por não interferir no trânsito da Grande Florianópolis, e questões complexas, como as desapropriações, só devem ocorrer quando as obras chegarem até a BR-101. O impacto ambiental é considerado pequeno, visto que a área já é amplamente humanizada. “Sem dúvida é um grande empreendimento para a Grande Florianópolis, que fará crescer a região e trazer oportunidade de emprego. Essa obra será um exemplo”, destacou o secretário da Infraestrutura, Valdir Cobalchini.
Cronograma
Dezembro de 2011 – Definição da empresa que fará os estudos conforme edital (Lei nº 8.666).
Junho de 2012 – Prazo de conclusão do Projeto básico, EIA-Rima e Plano de Negócios.
Setembro de 2012 – Começo das obras.
Setembro de 2014 – Conclusão da ponte e da ligação com o sistema viário do Estreito.
Março de 2016 – Conclusão do aterro e todas as obras de acesso a BR 101 e ao trânsito local.
(Secom, 07/11/2011)
Governo de Santa Catarina lança projeto da quarta ligação entre Ilha e Continente
Além da ponte, um aterro será construído para abrigar uma via expressa, que dára acesso à BR 101, e uma marginal, para trânsito interno
Ponte liga a Beira-mar Norte ao Continente
A quarta ligação entre a Ilha e o Continente pode começar a ser construída a partir de setembro do ano que vem. Na tarde de segunda-feira (7), o governador do Estado, Raimundo Colombo, apresentou o novo projeto e assinou a autorização para elaboração do edital e contratação da empresa que fará o Estudo de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental, Estudo de Impacto Ambiental, Projeto Básico e Plano de Negócios para as obras do novo sistema viário. A contratada será definida até o final deste ano e a expectativa é que a ponte esteja pronta até a metade de 2014. O aterro e o acesso à BR 101 devem ser concluídos no início de 2016.
Com projeto moderno e arrojado, a nova ligação tem o intuito de desafogar o trânsito nas pontes Colombo Sales e Pedro Ivo Campos, além de criar um acesso entre a Capital e a BR 101, passando por parte da orla de São José. Para isso, uma quarta ponte será construída com quatro pistas em cada sentido, uma pista exclusiva para ônibus, passarela de pedestres e ciclovia. A estrutura estará ligada à Beira-mar Norte, na Ilha, e a uma via expressa e uma marginal localizadas sobre um aterro, no Continente.
A obra, com investimento de R$1,1 bilhão de reais, será financiada por meio de PPP (Parceria Público Privada), com a comercialização de parte desse aterro. O restante do espaço servirá a prédios públicos e áreas comuns, como parques e quadras de esportes. “Isso vai proporcionar maior desenvolvimento à região e milhares de novos empregos”, explica o secretário de Estado de infraestrutura, Valdir Cobalchini.
De acordo com o secretário, o trânsito local deve acontecer por meio das marginais, com a via expressa dando acesso à BR 101. Passarelas de pedestres vão garantir a movimentação ininterrupta de veículos e viadutos vão possibilitar o acesso entre a via expressa e o sistema viário local. Durante a obra, Colombo garante que não haverá necessidade de desapropriações, que custam caro ao Governo, e interferências no trânsito.
Para viabilizar a obra, o governador do Estado diz que a Marinha já emitiu uma licença ambiental prévia e que a cessão do terreno pela União, dona do espaço que no qual deve ser construído o aterro, já está em andamento. “Apresentamos o projeto à Superintendência do Patrimônio da União em Santa Catarina e estamos conversando. Estudamos diversas maneiras de fazer uma nova ligação, mas essa foi a forma mais viável”, comenta.
Gustavo Kuerten é contrário ao projeto
Apesar das afirmativas do governo, a superintendente do patrimônio da União em Santa Catarina, Isolde Spíndola, esclarece que houve uma consulta, mas nenhum pedido oficial de cessão do terreno. “Primeiro tem que ser feito o projeto, verificar as licenças ambientais, para depois ser feito o pedido”, explica. Isolde garante que há viabilidade para que a obra seja realizada. “Depende apenas de como será feita. Eles apresentaram uma maquete, porém ainda não diz nada”, conclui.
Hoje, 178 mil veículos acessam diariamente as duas pontes que ligam a Ilha ao Continente. Segundo estudos preliminares realizados pelo governo, o número de tráfego em 2020 deve subir para mais de 300 mil veículos por dia. “Estamos diante do projeto mais estrutural de todos os tempos no Estado. É uma obra vital para as futuras gerações”, destaca o prefeito de Florianópolis, Dário Elias Berger.
O novo acesso já conta no Plano Diretor de Florianópolis e, de acordo com Colombo, pode receber adequações durante a fase de estudos. O ex-tenista Gustavo Kuerten esteve presente na cerimônia de apresentação do projeto e contestou, justamente, a forma como a nova ligação foi pensada. “Eles estão dando um passo maior que a perna. Acredito que antes o Plano Diretor deveria prever o que a nossa cidade precisa para depois ser feito um projeto audacioso como esse”, opina.
Segundo Kuerten, a população não foi ouvida. “Ninguém sabe se essa é a melhor saída. A comunidade deveria participar mais dessas decisões e arcar junto com as consequências”, comenta.
Ponte estaiada estava nos planos do governo
O novo projeto está fora do polígono de tombamento da ponte Hercílio Luz. Em agosto, quando o governo finalizou os estudos do sistema viário apresentado ontem, Colombo revelou que havia intenções de se construir uma ponte estaiada. Entretanto, seria necessária uma licença emitida pelo Iphan (Instituto de Patrimônio Histórico, Artístico e Nacional) que poderia inviabilizar o projeto. Na época, o governador comentou que a ponte estaiada comprometeria a visão da Hercílio Luz e teria um custo muito maior do que a ponte convencional.
Além do modelo diferenciado, a construção de um túnel também foi pensada. Entretanto a ideia foi descartada por dificuldades de execução e custos altos. A ponte também poderia ser construída no vão entre a Colombo Salles e Pedro Ivo, com base no projeto de ampliação de capacidade da Via Expressa desenvolvido pelo governo federal, mas optou-se por fazer a ligação entre a Beira-mar Norte e o Continente.
(Por Emanuelle Gomes, ND, 08/11/2011)
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