Obras de melhorias no Rita Maria, na Capital, devem começar este ano e vão custar R$ 5 milhões
Até o fim do mês devem ser lançados os editais de licitação para a reforma da Rodoviária Rita Maria, no Centro da Capital. A expectativa é que as obras comecem esse ano e se estendam durante toda a temporada, quando o terminal recebe o maior fluxo de usuários, mais de 12 mil pessoas por dia. O Departamento de Transportes e Terminais (Deter) garante que exigirá das executoras das obras o mínimo de transtornos.
A repavimentação da área externa e a instalação de cerca no estacionamento A – dois dos itens a serem licitados – fazem parte de um termo de ajustamento de conduta (TAC) – que está para ser acordado entre Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) e Deter, órgão do governo do Estado, que administra a rodoviária. A medida foi solicitada após a 30ª Promotoria de Justiça da Capital ter instaurado um inquérito civil para averiguar os problemas de deterioração do terminal, que existe há 30 anos e nunca passou por uma grande restauração.
Em setembro, o promotor Daniel Paladino informou que motoristas tiveram problemas nos carros por conta das más condições da pista e marcaria uma reunião para meados deste mês para apresentação do orçamento das melhorias. Ontem, o representante do MP não foi encontrado para falar sobre o assunto. De acordo com a assessoria, ele passou a tarde em audiência e conversaria com a reportagem hoje.
Usuários do estacionamento, como o professor Isac Alcino Martins, 54 anos, defendem que passou da hora do terminal oferecer uma área mais adequada, até porque pagam para deixar seus veículos no local. O valor é de R$ 2,9 a hora e R$ 200 a mensalidade.
– O asfalto está muito ruim. Tem que melhorar, afinal custa caro deixar o carro aqui – expõe Martins.
Melhorias nas cadeiras e portas do embarque
Conforme o presidente do Deter, Sandro Daumiro da Silva, o órgão também vai começar outras obras no prédio este ano, como a reforma do telhado, que tem mais de 2 mil pontos de corrosão, o que provoca goteiras. A disputa da empresa que fará o projeto também será aberta este mês.
Pelo Deter, também será lançada este ano a licitação para o monitoramento eletrônico e a troca das cadeiras e portas automáticas do embarque. O paisagismo, restauração da fachada e iluminação ficarão para o ano que vem. Toda a reforma custará R$ 5 milhões e a verba virá do Deter.
Reforma
PREVISÃO 2011
– Repavimentação da área externa
– Instalação de cerca do estacionamento A
– Reforma do telhado
– Instalação de monitoramento eletrônico
– Troca das cadeiras
– Colocação de portas automáticas no embarque
PREVISÃO 2012
– Paisagismo
– Restauração da fachada
– Modernização da iluminação
– Custo total: R$ 5 milhões
– Usuários: 8 mil por dia durante o ano. Na temporada de verão, o número sobe para 12 mil CAPTAÇÃO E GASTOS
– Arrecadação: R$ 4,1 milhões
– Manutenção: R$ 2,4 milhão
(Por Roberta Kremer, DC, 18/10/2011)
Em 30 anos, reformas só na promessa
Erguido com concreto, metal, vidro e madeira, o terminal completou 30 anos no último mês e já foi considerado um dos melhores do país. Promessas de reforma não faltaram nesse período, como no fim de 2010, quando o governo do Estado anterior anunciou a restauração do telhado, mas houve a troca de mandato e nada foi feito.
Desde o fim de 2010, quando a Defesa Civil colocou o prédio em situação de emergência, ocorreram mais de três enxurradas, como a de agosto, quando usuários se protegeram até com guarda-chuva dentro do terminal para evitar serem molhados pelas goteiras.
Na ocasião, a equipe da limpeza não deu conta de tanta água acumulada no chão e a sala vip da empresa Pluma foi fechada por estar alagada.
O gerente do Rita Maria, Valdir Konnel, que assumiu o cargo no começo de 2011, não soube explicar por que a obra não foi realizada no fim da gestão passada. Mas confirma que não seria algo difícil de ser realizado, pois, com o decreto de emergência, a empresa responsável não precisaria passar por licitação.
Enquanto a reforma não acontece, quem sofre são os usuários.
– Dia de chuva é sempre a mesma coisa. Pinga tudo, a rodoviária fica repleta de baldes. Além disso, a estrutura está muito ultrapassada, as cadeiras são muito duras para quem passa horas aqui dentro – reclama a auxiliar administrativa Viviane de Araújo, que mora na Praia da Pinheira e pega ônibus todos os dias no terminal.
O contraditório de uma rodoviária nunca reformada é que ela gera dinheiro para o governo, mas os recursos provindos do estacionamento e da concessão e mensalidade das lojas não são aplicados diretamente no prédio. Até setembro o terminal recebeu R$ 4,1 milhão e gastou R$ 2,4 milhões com manutenção. O R$ 1,3 milhão restante foi encaminhado diretamente para a conta única do Estado. Assim ocorreu com todas as verbas anteriores.
(DC, 18/10/2011)
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