Problemas simples que complicam Floripa
20/04/2011
Baixo Vidal
20/04/2011

Invasão do mangue consentida ou estimulada?

Da coluina de Cesar Valente (De Olho Na Capital, 19/04/2011)
Um dos mangues invadidos na ilha, um trecho próximo a rodovia que leva ao aeroporto de Florianópolis (e ao estádio da Ressacada). É logo depois daquele novíssimo viaduto-funil no assim chamado “Trevo da Seta”. Mas podia ser qualquer outro lugar, onde áreas de preservação, como mangues, estão sendo invadidas pelo casario.
Essa história também é comum a vários municípios brasileiros: passa uma estrada e a seguir suas margens começam a ser invadidas. Se é mangue, área em que não se deveria edificar nada, ou se é lugar próprio para moradia, não importa. A turma entra de qualquer jeito.
Bom, quer dizer, de qualquer jeito, não. Sempre há alguém interessado em que essa ocupação prospere. Seja o candidato ou grupo de candidatos que estão de olho nos títulos eleitorais, sejam os grileiros que não têm vergonha de vender terras públicas para pobres coitados.
O fato é que a coisa leva anos, mas ninguém nota, vê ou impede. Em pouco tempo tem eletricidade e água potável. E, claro, chega o carnê do IPTU.
Aí, quando a via precisa ser duplicada, o valor das indenizações quase entorna o caldo. Se alguém contesta e diz que não pode indenizar invasões irregulares, surge outro problema: “é preciso dar moradias dignas para essa gente”. E lá vamos nós irrigar, com dinheiro público, um golpe que, desde o primeiro rancho, levantado às pressas num final de semana, sabemos todos no que vai dar.
Burros somos nós, que continuamos pagando impostos que ninguém sabe para onde vão e votando em espertalhões que se aproveitam da nossa cegueira.
E POR FALAR EM VIADUTO E FUNIL…
O prefeit-o-Dário está desenvolvendo uma técnica espetacular na construção de viadutos. Além dos pilares terem sempre o formato de pessoas com os braços levantados (mãos ao alto?), tem sempre um afunilamento, uma curva ou os dois.
O novíssimo viaduto da Rita Maria, que está em construção ao lado da rodoviária, será em curva. O do trevo da Seta, tem um acesso esquisito no sentido bairro-centro, que se o sujeito descuidar vai parar em cima dos carros da outra pista. O do Itacorubi, lançou a moda do funil viário: começa em duas pistas e termina em uma. E o da Av. Ivo Silveira não funciona direito porque um vereador (!!!) virou a planta e ele foi construído na direção errada.
Mas viaduto, todos sabem, não é feito para resolver problemas viários. Dá uma amenizada e pronto. O essencial dos viadutos é permitir que, na campanha eleitoral, sejam mostrados como “grandes obras”. É só pra isso que os viadutos são feitos. E também pra gastar nosso dinheiro.

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