O plano diretor é instrumento básico da política de desenvolvimento
12/04/2011
Aquisição de imóvel vai viabilizar projeto do novo Aeroporto Internacional Hercílio Luz
12/04/2011

Artigo escrito por Laudelino José Sardá – Jornalista, Professor, Dr., Assessor de Comunicação e Marketing (Acontecendo Aqui, 12/04/2011)
As estruturas que atendem à imensidade de serviços públicos federais e estaduais dos três poderes – Executivo, Legislativo e Judiciário – inutilizaram as áreas nobres que poderiam ter permitido uma configuração estética e humana da cidade, justamente na entrada terrestre da Ilha. O movimento que se inicia pela transferência da capital para o planalto central é o clamor de uma população que não enxerga salvação para Floripa, a menos que o governo deixe de mandar na cidade e o prefeito pare de ser o intendente dos três poderes.
O Governo do Estado acaba de decretar o fechamento da Escola de Educação Básica Celso Ramos, para permitir que os seus 5 mil metros quadrados na Prainha sirvam à expansão da Assembléia Legislativa. A Secretaria Municipal de Educação havia solicitado o prédio, para instalar um centro de atendimento à criança, reivindicado pelas comunidades dos morros do Mocotó e da Prainha. Até a Secretaria de Educação do Estado não sabia que a escola havia sido cedida ao Legislativo.
O Legislativo já havia extrapolado o seu limite, cercando com grade a rua Anastácio Kotzias para ampliar o seu estacionamento. Agora, acrescenta aos seus 17 mil metros quadrados os 5 mil de uma escola, que deixa de atender à comunidade para servir aos 40 deputados.
Foi revoltante e entristecedor ver na televisão dezenas de pais protestando contra o fechamento da escola. É exemplo de um país que não pretende tão cedo sair da miséria social: interditar uma unidade de ensino para privilegiar 40 deputados. E não houve sequer uma voz parlamentar protestando. O silêncio das quatro dezenas de fontes de consumo de impostos revela o paradoxo e o descompromisso do Legislativo com a sociedade.
A Assembléia Legislativa vai consumir este ano R$ 378 milhões dos cofres públicos, R$ 50 milhões a mais que o orçamento de 2010, equivalendo o total a um gasto de R$ 9,45 milhões por deputado.
Fora, Capital.
Sim, por mais radical que o leitor considere essa posição, é preciso, para o bem de Santa Catarina, que a Capital seja simplificada em um local central do estado. Curitiba e Porto Alegre continuam sendo as opções de muitos catarinenses que habitam as regiões do Oeste, Planalto Sul, Planalto Norte e Sul, pela omissão do poder público encastelado na Ilha. Nós Floripanos pagamos pela omissão e inoperância do poder público, levando a pecha de mandriões. É preciso mostrar que não pagamos somente por isso, mas sofremos as conseqüências da invasão e ocupação de nossas áreas nobres. Ou o floripano não se lembra das áreas de lazer no Aterro da Baía Sul, onde quadras desportivas, áreas verdes, parques infantis e até uma escolinha do Detran, além dos jardins de Burle Max, atraiam famílias e até turistas nos fins de semana? Pois é, o poder exacerbado do governo (executivo, legislativo e judiciário) falou mais alto: destruíram nossas áreas de lazer, instalaram um tratamento de esgoto, prédios públicos, depósito de carros roubados e, como se isso não bastasse, o então prefeito Sérgio Grando contribuiu ainda mais, permitindo a construção do vergonhoso elefante branco, o abominável centro de convenção, de costa para o mar.
Os órgãos federais, estaduais e municipais desfiguraram as áreas nobres e centrais da Ilha, enquanto as construtoras nunca viram tantas facilidades para edificar na Ilha. A ausência de um plano diretor decente está sedentarizando a cidade a uma velocidade fantástica. Não se permite sequer construir ciclovias, pela ausência de planejamento e de visão de futuro.
Por que não retiram da Ilha equipamentos que só contribuem para engarrafar a cidade? Por que o aeroporto, estádio de futebol, estruturas públicas precisam estar na Ilha? Por que, por exemplo, não transferem a administração estadual para as atuais instalações do Exército, no Estreito? Com certeza, o Ministério do Exército aceitaria uma proposta de troca (desde, é claro, que o Exército não queira também se mudar para a Ilha).
A Ilha tem solução, ainda, mas é preciso ecoar um grito de BASTA! Singapura fez essa revolução urbana e hoje – uma ilha de 600 km2 – dá exemplo de qualidade de vida. Precisamos, com urgência, fazer a nossa revolução, antes que seja tarde demais.
Patrimônio esquecido
A casa onde morou o governador Hercílio Luz, perto do Banco Redondo, a 300 metros do Shopping Beira-Mar, está se desmoronando, servindo de abrigo a consumidores de droga. A quem interessa a história de Santa Catarina? Aos políticos? Não. Eles são movidos pela lei de Gerson: o que podem levar de vantagem?
A filha de Hercílio Luz, que ainda recebe uma pensão do pai,do século XIX, bem que poderia se preocupar com a história da família, recuperando a casa onde ela também residiu. Não importa a quem pertença, mas a construção antiga deveria ser valorizada, pelo menos para impedir o surgimento de um espigão em seu lugar.

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