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Água potável que vai para o ralo no Campeche, Florianópolis

Moradores protestam quanto à extração irregular do lençol freático
Preocupados com a especulação imobiliária no Campeche moradores denunciam a extração irregular do lençol freático da região. De acordo com especialistas, a água submersa representa um importante reservatório de água está ameaçada pelas fundações feitas para construções de novos empreendimentos.
De acordo com o presidente da Amocam (Associação de Moradores do Campeche), Ataíde Silva, foi protocolada uma ação no MPF (Ministério Público Federal) que denuncia o rebaixamento do lençol freático na região.
“Onde é permitido fazer construções de quatro pavimentos estão fazendo de seis. Então para burlar a lei, fazem a garagem no subsolo e para isso fazem fundações que precisam retirar a água do lençol freático”, explica Silva. “Se o plano diretor do município permite até dois pavimentos, porque estão fazendo de cinco”, questiona.
As denuncias da associação dos moradores revelam que vários empreendimentos que estão surgindo no Campeche estão fazendo o rebaixamento do lençol freático. “Não temos uma fiscalização municipal ou sequer estadual para ver isso. Estão literalmente jogando água potável pelo ralo”, reclama Silva indignado.
A comunidade do Campeche se preocupa com as consequências que podem surgir em um futuro próximo. “Temos poucos reservatórios de água para abastecer a população e aqui temos um aqüífero com água de qualidade sendo desperdiçado”, avalia Silva. Outra preocupação dos moradores é com a água acumulada e que fica parada durante a extração do lençol freático. “São verdadeiros lagos para proliferação de mosquitos”, observa um morador que prefere não se identificar.
Polícia Ambiental embarga obra
No último dia 10 a Polícia Militar Ambiental suspendeu a extração do lençol freático que estava sendo feita para a construção do empreendimento residencial Campeche Beach Club. A extração estava sendo realizada desde dezembro, na avenida Pequeno Príncipe, próximo a praia. A ação foi motivada após denuncias da comunidade. De acordo com a Polícia Ambiental a atividade está suspensa até que a empresa responsável apresente a licença emitida pela Fatma (Fundação Estadual do Meio Ambiente).
O responsável técnico da construtora disse a reportagem que a obra está legalizada e a empresa aguarda da Fatma, a liberação da licença para o serviço de drenagem ter continuidade. O empreendimento prevê a construção de dois pisos, uma cobertura e uma garagem no subsolo.
Segundo a Fatma, no último dia 10 foi protocolado um pedido de licenciamento para a construção de um condomínio residencial no local. A documentação está sob a análise dos técnicos da coordenadoria ambiental da Fatma em Florianópolis e não tem data prevista para a liberação.
Rebaixamento do solo
O geólogo e professor da Ufsc (Universidade Federal de Santa Catarina) Luiz Fernando Scheibe destaca que o aquífero do Campeche é um importante reservatório de água de qualidade e que no futuro pode ser utilizado para abastecimento público. “A drenagem representa um rebaixamento do solo em toda a região do entorno”, salienta. Segundo o geólogo, com o rebaixamento existe a possibilidade de subir o nível da cunha de água salgada do mar. “Com isso haverá a mistura da água do mar com a água doce do lençol freático que ficaria totalmente inutilizada”, alerta.
Outro problema é que as casas do entorno aos empreendimentos podem apresentar rachaduras. “As fundações são profundas, onde a água é retirada dos níveis mais argilosos com isso o solo sofre um adensamento das camadas de argila que influi nas fundações das casas próximas”, explica.
BOX
Consequências da extração do lençol freático
-rebaixamento do solo;
– Contaminação da água potável com a água do mar;
– rachaduras nas casas;
-vegetação do entorno pode ficar sem água e vir a secar.
Como funciona o rebaixamento
O rebaixamento do lençol freático se torna necessário quando é preciso executar uma obra de grande profundidade no terreno. No local são instaladas bombas que jogam toda a água para fora que minar das paredes de escavação.
(ND, 18/03/2011)

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