Da coluna Ponto Final, por Carlos Damião (ND, 07/02/2011)
Levantamento encomendado por entidades representativas do empresariado indicam que Florianópolis tem mais de 10 mil servidões – na prática, vias públicas implantadas sem qualquer planejamento, à revelia das normas urbanas (Plano Diretor) e, geralmente, com determinado apoio das autoridades, tanto do Legislativo quanto do Executivo. E esse processo de improvisação urbana continua: apenas amanhã (8/2), a Câmara Municipal analisa 10 projetos de denominação de servidões, inclusive uma na comunidade do Papaquara (lembrando que a favela em questão está sendo desmontada pelo poder público, por conta de sua localização irregular e perigosa). Ora, se o papel da Câmara é cuidar das nossas leis, que zelo há nessa impressionante concessão a ilegalidades? Se o número de servidões é um parâmetro para analisar nossa precariedade urbana, por que as autoridades continuam respaldando as ocupações irregulares? Como diz a canção (e o ditado), “quem semeia o vento, colhe sempre tempestade”.
Caos urbano
É evidente que as autoridades da Grande Florianópolis precisam estar atentas aos problemas sociais causados pelo intenso movimento migratório (não há quem não queira viver no paraíso). Mas, ao mesmo tempo, é indispensável que as prefeituras, unidas, deem um basta às ilegalidades. E o caso não é isolado: a região metropolitana marcha, indiscutivelmente, para o mais pavoroso caos urbano.
Abandono
Dois colaboradores da coluna escreveram no fim de semana para reclamar da situação da Praça Getúlio Vargas, um dos pontos mais bacanas da cidade. Não há manutenção, a praça está com aspecto sujo e abandonado. Para piorar, mesmo com um parquinho que é bastante frequentado, não há banheiros disponíveis para uso das crianças ou de seus pais. “O pior é que a Vigilância Sanitária fica a poucos metros dali”, observa um dos leitores.
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