Projeto Escola do Mar
27/01/2011
O lixo e a responsabilidade de todos
27/01/2011

Casan fiscaliza esgoto irregular em Canasvieiras

Comunidade sofre com poluição do mar há anos, tendo impactos econômicos, já que vive basicamente do turismo

A Casan (Companhia Catarinense de Águas e Saneamento), por determinação do promotor do Ministério Público Estadual Rui Arno Richter, está identificando os locais onde há esgoto sendo jogado irregularmente em galerias pluviais e, consequentemente, chegando, sem tratamento, na areia ou no mar de Canasvieiras. O problema existe há anos, conta o comerciante e integrante do movimento SOS Canasvieiras José Francisco Noceti Bittencourt. “Vínhamos pedindo essa fiscalização há muito tempo. Finalmente, está sendo feita”, comemora. A operação vai durar até depois do Carnaval.

Após encontrar as irregularidades, a Casan chama a Vigilância Sanitária Municipal para autuar os responsáveis e exigir a regularização. “Temos feito isso diariamente”, afirma o diretor do órgão, Anselmo Granzotto. Um dos lugares autuados até o momento é o Palace 1 Hotel. “Efluentes de alguns cômodos estavam sendo despejados na praia. O estabelecimento corrigiu a falha na mesma hora. Mas, por ter havido dano ambiental, será aplicada uma penalidade”, explica Granzotto. A gerência do hotel diz que não foi informada. Irregularidades também já foram encontradas em restaurantes e prédios residenciais.

Essa é, segundo o SOS Canasvieiras, uma das principais razões pelas quais Canasvieiras sofre com a poluição das suas águas. “Com essa operação, que começou em dezembro, vários pontos considerados impróprios para o banho já estão com placas de balneabilidade própria”, relata Bittencourt.

Poluição atrapalha economia do bairro

Para a comunidade do balneário mais famoso do Norte da Ilha, além dos impactos ambientais, há os econômicos, já que boa parte dos moradores vive do turismo. “Ano passado, muita gente teve diarreia e vômito após tomar banho de mar e jurou nunca mais voltar aqui”, conta Bittencourt.

E a situação continua. O aposentado argentino Elias Balas, 72 anos, descreve os mesmos sintomas e diz que outras 20 pessoas do hotel onde está hospedado também estão doentes. “Ainda falta muita coisa para ser feita, claro. Mas acho que em um ou dois anos vamos conseguir salvar a nossa praia”, acredita o integrante do SOS Canasvieiras.

(Anita Martins, ND, 27/01/2011)

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