Açodamento e falta de planejamento
03/12/2010
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03/12/2010

Trânsito lento, engarrafamentos. Em alguns pontos de Florianópolis, a aposta garantida do dia é que vai ter fila. O problema é antigo e aumenta com o passar dos anos. Dados de 2009 do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indicam que a Capital catarinense é a sexta cidade brasileira com o maior número de veículos por habitante (1,75). O índice demonstra um problema claro: automóveis disputando o mesmo espaço. As obras em Florianópolis levam tempo para serem finalizadas e, na maioria dos casos, o trânsito chega a triplicar, como na temporada de verão, enquanto os operários trabalham.
Três obras de infraestrutura devem interferir na relação entre trânsito e moradores e turistas: a restauração do asfalto na Avenida Beira-Mar Norte, a construção do elevado do Trevo da Seta e o recém autorizado elevado Rita Maria. Como a previsão é de que 1 milhão de turistas devem chegar nesta temporada, a questão é saber se, nesse período (e no futuro), a cidade vai ter melhor trânsito ou se vai ser um canteiro de obras e vias engarrafadas.
Em andamento

As obras no Trevo da Seta estão em andamento. Várias interrupções ocorreram desde que elas iniciaram em setembro de 2009. Cinco casas ainda não haviam sido demolidas quando os trabalhos começaram. Depois que tudo foi acertado na Justiça, verificou-se que o solo abaixo das casas era mole e não podia sustentar um elevado. Em uma semana, engenheiros estudaram uma solução e ele foi coberto por pedras. Com o problema resolvido, as obras voltaram ao normal, mas ocorrem interrupções por causa das chuvas.
De acordo com o secretário de Obras, Luiz Américo Medeiros, com este elevado pronto, o trânsito no sentido Centro-bairro, que costuma ficar engarrafado em horários de pico e em dias de jogos na Ressacada, deve fluir.
– Acreditamos que em janeiro de 2011 os carros já poderão circular.
A obra terá 340 metros de extensão e capacidade para receber 35 mil veículos por dia. O custo da obra é de R$ 16 milhões.
Em banho-maria

O elevado Rita Maria, que deve desafogar o trânsito das avenidas Beira-Mar Norte, Paulo Fontes, Osvaldo Rodrigues e Rua Antonio Pereira Oliveira Neto, é a grande aposta da prefeitura. Será um viaduto por onde vão passar cerca de 50 mil veículos por dia.
O projeto está pronto desde 2008, mas foi embargado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), que queria estudar se a obra afetava algum patrimônio da cidade. No mês passado, o Iphan emitiu parecer autorizando os trabalhos, desde que se inclua um acesso para pedestres que garanta a visualização da Ponte Hercílio Luz.
– A licitação está feita. Não temos possibilidade de iniciar uma obra dessa grandeza nessa temporada. Por isso, a ordem de execução vai esperar até março – diz o secretário Medeiros.
O elevado terá 256 metros de extensão em concreto armado e duas pistas com 8 metros de largura. Sua altura deve chegar a 134 metros. O valor da obra é de R$ 8,1 milhões e o prazo de conclusão é de 18 meses a contar a partir do início da obra.
Quase pronto

As obras na Avenida Beira-Mar Norte não param dia e noite. O trecho de 10 quilômetros – entre a rótula do Terminal Rita Maria e o Supermercado Angeloni – está em fase final e, de acordo com estimativa da prefeitura, a avenida deve estar pronta ainda neste ano. No momento, a pintura das faixas está sendo feita. A obra recebe 800 toneladas de asfalto emborrachado por dia.
– A obra deve ficar pronta no prazo. Só não vai acontecer se as chuvas não deixarem, mas nosso esquema de trabalhar dia e noite deve funcionar para deixar a avenida pronta para o Réveillon – garante Medeiros.
O trânsito na principal avenida da cidade ficou mais lento desde que as obras começaram, em outubro. De acordo com o secretário, a população deve ter paciência.
– Sabemos que é um ponto complicado por causa das obras, mas tenho certeza que o cidadão compreende que estamos trabalhando em um projeto importante para a cidade.
O recapeamento custou R$ 8,1 milhões e a conclusão deve ser no final deste mês.
Outras obras
O estado de outras obras que prometem desafogar o trânsito na Capital
Sul da Ilha
Terceira faixa da SC-405
A obra foi iniciada em 2009. No segundo semestre do mesmo ano, a prefeitura paralisou os trabalhos em decorrência de um impasse com as desapropriações, alguns por falta de acordo judicial e outros por problemas de documentação dos imóveis.
Valor: R$ 2,646 milhões
Etapa: suspenso
Prazo: a obra deve ser retomada no primeiro semestre de 2011
Norte da Ilha
Duplicação da SC-401
A obra do trecho de 4,28 quilômetros de acesso entre Jurerê e Ingleses está em processo de licitação. Em dezembro, o contrato deve ser assinado e a previsão de conclusão da obra é de 15 meses.
Valor: R$ 17,8 milhões
Etapa: em licitação
Prazo: 15 meses, a contar de janeiro de 2011
(DC, 03/12/2010)

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