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Projeto prevê novo campus da UFSC no Sul da Ilha

Para projeto sair do papel, Estado precisa resolver penhora em terreno que será trocado pelo da universidade federal

A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) está para criar o campus do Sul da Ilha de SC em parte do terreno onde hoje ficam a Fazenda da Ressacada e o Centro de Formação e Aperfeiçoamento (Cefa) da Celesc, na região da Tapera. Para a proposta ser concretizada precisa ser feita a permuta entre o terreno da instituição com o do Cefa. A troca, para a construção do acesso do novo Aeroporto Hercílio Luz, está emperrada por problemas de penhora de outro terreno do Estado, que faz parte das negociações.

Hoje, no terreno de mais de 1,7 milhão de metros quadrados da UFSC, funciona a Fazenda Experimental da Ressacada, onde são realizadas aulas práticas dos cursos do Centro de Ciências Agrárias. Após a troca de 490 mil de metros quadrados da universidade com os 435 mil de metros quadrados do Centro de Treinamento da Celesc, a instituição de ensino projeta transformar o local no novo campus. O espaço da estatal conta com 7 mil de metros quadrados de área construída, com salas de aula e refeitório para 150 pessoas, o que possibilitará a utilização imediata do local.

De acordo com o secretário de Relações Institucionais e Internacionais da UFSC, Ênio Pedrotti, o primeiro centro a ser beneficiado será o de Ciências Agrárias. Hoje, os alunos de cursos como Agronomia, Zootecnia e Engenharia da Aquicultura da 5ª a 8ª fases fazem as aulas teóricas no prédio localizado no Bairro Itacorubi, e as práticas, na fazenda. Com a permuta todas as aulas dos 800 estudantes dos cinco níveis passarão para o novo campus.

– Os prédios da UFSC da Trindade já estão saturados. Cada centro de ensino vai desenvolver cursos e projetos de extensão, se relacionando com a comunidade da Tapera – diz Pedrotti.

Na fazenda já está sendo construído um prédio sustentável em parceria com a Petrobras, que abrigará o Laboratório de Remediação de Águas Subterrâneas (Rema), do Centro Tecnológico. Demias atividades dos cursos de engenharia poderão ser realizadas lá e beneficiar os moradores da região. Outro projeto previsto para o Sul da Ilha é o novo curso de Educação no Campo.

Discussão sobre a troca de terreno existe desde 2008

Para a construção do novo campus, a UFSC já tem garantidos recursos do Programa de Apoio ao Plano de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni) de R$ 226 milhões para os próximos quatro anos.

– Vamos acelerar a negociação. A universidade sempre foi tratada como a instituição que impedia a construção do novo aeroporto e do acesso. Nos disseram que em 45 dias o Estado estaria pronto para a permuta, mas já se passaram seis meses. Queremos agilidade – esclarece Pedrotti.

A troca de terreno está em discussão desde 2008, quando o Estado encaminhou o projeto de lei 234.6 de 2008 para a Assembleia Legislativa. Até o momento, a proposta não saiu do papel por causa de penhoras nos prédios públicos. Na primeira tentativa de fazer a permuta, o governo ofereceu um terreno de 60 mil m² da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural (Epagri), no Bairro Itacorubi, mas o relator Marcos Vieira (PSDB) disse que os deputados identificaram que a área estava penhorada.

Em 2009, o governo indicou o imóvel do centro de treinamento do Besc com o terreno de 10 mil m², também no Itacorubi, para trocar com o do centro de treinamento da Celesc. Esse último seria permutado com o da UFSC.

– Mais uma vez não tivemos como aprovar o projeto de lei porque o antigo imóvel do Besc tinha dívidas trabalhistas – explica Vieira.

O gerente de Bens Imóveis da Secretaria de Administração do Estado, Sergio Stiner, afirmou que o Estado comprou o prédio do Besc e, agora que descobriu a dívida, solicitou do BB, que comprou a instituição financeira, a solução da penhora. Em nota, o BB diz que o imóvel pode ser negociado.

Por dentro

Centro de Formação e Aperfeiçoamento (Cefa) da Celesc
– Biblioteca
– 13 salas de aula
– 6 laboratórios
– Refeitório para 150 pessoas
– 5 alojamentos para 96 pessoas
– Campo de futebol
– Campo de futebol suíço
– Sala de lazer
Terreno: 435 mil m² – valor R$ 11,6 milhões
Área construída: 7 mil m²

Fazenda Experimental da UFSC (atual)
– 4 salas de aula
– Laboratório de Remediação de Águas Subterrâneas (em construção)
Terreno: 1.739.365 m². Do total, 490 mil m² estão disponíveis para a permuta – valor R$ 11,6 milhões
O que deverá ter no novo campus Sul
– As salas do Cefa serão utilizadas para as aulas teóricas do Centro de Ciências Agrárias de 5ª a 8ª fases (cursos de Engenharia de Aquicultura, Ciência e Tecnologia Agroalimentar, Agronomia e Zootecnia
– No começo, serão 800 alunos
Cada um dos 11 centros de ensino terão disponíveis 15 mil m² para desenvolver cursos e projetos de extensão
Fonte: Ufsc

(Por ROBERTA KREMER, DC, 07/10/2010)

Mais acessos e uma nova via na região

A via para o novo terminal do Aeroporto Internacional Hercílio Luz vai ter dois acessos para as futuras instalações do campus Sul da UFSC. A rodovia deve ficar pronta até março de 2014, quando está prevista a inauguração do terminal de passageiros. Parte do projeto deve começar este mês, com a interseção no Bairro Carianos.

Seriam construídos 6,7 quilômetros de acesso ao aeroporto, mas, em uma audiência no último ano, ficou acertada a ampliação para 10 quilômetros com a duplicação desde o trevo da Seta, na Costeira do Pirajubaé, passando pela Avenida Diomício Freitas, até o estádio da Ressacada. Uma obra que vai custar R$ 108 milhões. Perto do estádio será construída a interseção com cinco acessos para o reduto dos avaianos, um para o Sul da Ilha e um para o antigo aeroporto.

Clube já investiu R$ 5 milhões

No final do último ano, o presidente do Avaí, José Nilson Zunino, representantes da prefeitura e do Senado buscaram verbas com o Ministério das Cidades para complementar a obra. O projeto do trecho, feito pela empresa Prosul, foi bancado pelo clube. Já foram liberados R$ 5 milhões para a interseção, com uma contrapartida de R$ 2 milhões do Estado.

– Nos garantiram que começariam até outubro. Não vi nada até agora. Se ficar para o ano que vem, um quarto da verba será perdida – alerta Zunino.

De acordo com o diretor de Planejamento e Projetos do Departamento Estadual de Infraestrutura (Deinfra), William Ernst Wojcikiewicz, a licitação depende da Caixa Econômica:

– Falta apenas a Caixa liberar os recursos. Estamos no aguardo, porque os bancários estão em greve.

A Caixa informou que o dinheiro não foi disponibilizado por falta de entrega de documentos, como o de aprovação do Instituto de Planejamento Urbano de Florianópolis (Ipuf) e do licenciamento ambiental da Fundação de Meio Ambiente (Fatma).

Para todo o acesso ficar pronto antes da conclusão do terminal de passageiros, previsto para março de 2014, a obra precisa começar em março de 2012, pois o prazo de conclusão é de dois anos. Isso significa que o Estado tem apenas um ano e meio para buscar recursos e fazer a licitação.

A assessoria de imprensa do Deinfra informou que para chegar à fase de licenças ambientais e contratação de empresas é necessária uma série de desapropriações envolvendo o município, além da permuta dos terrenos da Celesc, Estado e UFSC. Entre as possibilidades levantadas pelo Estado para obtenção dos R$ 108 milhões para a obra, está a contratação de financiamentos com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) ou Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

O secretário de Obras de Florianópolis, Luiz Américo Medeiros, diz que as desapropriações dependem do Estado, que assinou em maio um termo de cooperação para injetar R$ 9 milhões para arcar com as indenizações pendentes. Segundo ele, o município já investiu R$ 13 milhões.

Trajetos

Via para o aeroporto
– Investimento – R$ 108 milhões
– Prazo de conclusão – dois anos – mas ainda não foi iniciada
– Previsão de conclusão da obra – até março de 2014
– Extensão – cerca de 10 quilômetros

Interseção no Bairro Carianos
– Extensão – 1 quilômetro
– 5 acessos para o estádio da Ressacada
– 1 acesso para o aeroporto
– Investimento – R$ 7 milhões
– Prazo conclusão – um ano
– Previsão começo da obra: até o final do mês
Fonte: Deinfra

(DC, 07/10/2010)

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