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Da coluna Ponto Final, por Carlos Damião (ND, 27/09/2010)

A sinaleira e a tranqueira

Na sexta–feira este colunista decidiu acessar mais uma vez o aterro da baía Sul a partir do bairro Prainha. Poderia ter feito outro trajeto (pela Beira–mar), mas optei por este justamente para confirmar uma convicção. E não estava errado: a sinaleira, implantada pela atual administração para a conversão dos ônibus, próxima ao Centrosul, é a maior causa da tranqueira. Entrei na fila de automóveis às 17h20. Consegui chegar à ponte, um quilômetro depois, às 18h10. Cinquenta minutos perdidos e ninguém para orientar o tráfego! Cinco guardas municipais atendiam uma pequena batida (os carros foram removidos para o canteiro central) e a sinaleira continuava cumprindo seu papel, de liberar os ônibus e trancar o fluxo Prainha-ponte. Por que as autoridades de trânsito não intervêm naquele pedaço infernal do aterro? Poderiam, por exemplo, controlar o tráfego de acordo com o volume, aliviando o semáforo nos momentos mais críticos.

Falta projeto

Ainda que os coletivos tenham prioridade, essa prioridade precisa fazer parte de um projeto, não pode continuar improvisada da forma como foi inventada pelos atuais gestores públicos. Antes, os ônibus iam até a Prainha, faziam o retorno e rumavam para o Ticen pela pista marginal da direita (não entravam nos engarrafamentos). Hoje têm o privilégio de converter na metade do caminho, porém quem sofre são os motoristas presos no sentido Prainha-ponte.

Liberdade

Detalhe que me escapou na nota de abertura: a tranqueira entre a Prainha e a sinaleira consome 50 minutos. Mas, depois que o motorista se livra do obstáculo, consegue trafegar com relativa liberdade, mesmo num ritmo lento, até a BR-101. Da ponte até o shopping Itaguaçu levei exatamente 12 minutos. Ou seja, um quilômetro no aterro consumiu quase uma hora; seis quilômetros entre a ponte e a rodovia federal, quase um quinto do tempo!

Qualidade…

A escalada da construção civil na região metropolitana de Florianópolis revela que a disputa dos incorporadores para a comercialização de seus produtos inclui diferenciais de qualidade impressionantes. Alguns condomínios lançados nos últimos anos – e os novos, em construção – revelam a preocupação das empresas com segurança, conforto, diversão e sustentabilidade, aproximando os edifícios do conceito dos antigos clubes sociais.

… Sem mobilidade

Se, por um lado, as construtoras têm caprichado nos seus lançamentos, por outro lado não se pode dizer que o poder público esteja acompanhando o crescimento das cidades. As questões de infraestrutura continuam graves, em especial as relativas à malha viária. O impacto gerado pelo redimensionamento de alguns bairros – que eram totalmente horizontais e estão se transformando em verticais – é a causa principal dos problemas de mobilidade e estacionamento, tanto em São José quanto em Florianópolis.

Nova linha

Sobre as notas da linha Corredor Continente, na edição do fim de semana, a Emflotur esclarece que “esta mudança foi determinada pela Secretaria Municipal de Transportes com o objetivo de criar um corredor semelhante ao que liga o centro ao aeroporto (Sudoeste). É claro que é uma questão de costume, algumas confusões podem ocorrer nos primeiros dias, mas não houve prejuízo ou redução nas linhas. Pelo contrário, foram colocados 31 novos horários – eram 88 agora são 119, com intervalo de 4 a 6 minutos no horário de pico e de 10 minutos no restante do dia”.

Ocupações

Leitor Leonardo Heller teme que a Ilha de Santa Catarina venha a afundar nos próximos anos, por conta das ocupações irregulares, respaldadas pelas chamadas “escrituras de posse”. Segundo Heller, hoje somente 40% dos imóveis ocupados na ilha são registrados na prefeitura. “Quem fiscaliza? A lei não serve para nada?”, questiona o cidadão.

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