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Caso IPUF: Arquiteta alega ter registros para provar que prefeito e o secretário sabiam do contrato

Passados cinco minutos do horário marcado, a arquiteta Cristina Piazza chegou ao local do encontro, um pequeno café com cara de bistrô, próximo à Avenida Trompowsky, no Centro de Florianópolis.

Trazia uma sacola com pastas, documentos e papéis. Tranquila, sentou-se à mesa. Não tirou o casaco em função do vento gelado, que encanava no ambiente. Antes mesmo de se acomodar, foi logo avisando:

– Posso provar quando e como falei com cada um deles – referindo-se às declarações do prefeito Dário Berger e ao secretário José Carlos Rauen, que disseram desconhecer o teor do convênio entre o DiverSCidades e a prefeitura da Capital.

Em seguida, pediu um capuccino. Tomou o primeiro gole e já foi abrindo uma agenda de papel reciclado, alaranjada, com marcadores verdes em várias páginas.

– Está tudo aqui – disse, numa expressão tensa, cerrando as sobrancelhas sobre os olhos azuis, enquanto o indicador da mão direita percorria rapidamente as páginas da agenda.

Não havia fotógrafo nem gravador. Apenas uma conversa entre a arquiteta e o repórter, passando ponto a ponto cada uma das inúmeras dúvidas que cercam o caso da restauração do antigo prédio da Câmara de Vereadores, orçado em R$ 25 milhões. Ela aceitou falar com exclusividade ao Diário Catarinense. (Leia quadro do DC com as anotações e e-mails da arquiteta)

Ela foi convicta ao afirmar que não cometeu crime, que o prefeito Dário Berger (PMDB) e o secretário José Carlos Rauen sabiam de todo o processo do convênio.

O nível de organização da arquiteta impressiona. Datas, horários, pessoas presentes e até os assuntos que foram tratados nas reuniões constam no seu controle pessoal. Inclusive os e-mails enviados para o secretário Rauen e o assessor jurídico da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano (SMDU) Anilso Cavalli Júnior. Ela também relata conversa telefônica com o secretário,:

– Tentei, mas não consegui te segurar – teria dito ele, por telefone, segundo a versão da arquiteta.

Questionada por que ainda insistia no assunto, já que o convênio foi extinto e não há ação na Justiça, disse:

– Trabalhei desde 2007 neste projeto. Já tinha até os parceiros interessados para investir. Agora, só quero defender uma carreira de 25 anos que foi parar no lixo.

(Por CRISTINA VIEIRA e RAFAEL MARTINI, DC, 04/08/2010)

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